Foto: Evo Morales, no Palácio do Governo, agradece ao povo por reelegê-lo presidente da Bolívia. Por ABI.
Mais de 6 milhões de bolivianos foram às urnas e a esmagadora maioria do povo, composto por 60% de pessoas com origem indígena, reelegeu Evo, que é o único indígena a ocupar o cargo de presidente em toda a história do país.
O segundo colocado, Samuel Medina, obteve 25% dos votos, enquanto Jorge Quiroga ficou em terceiro, com cerca de 10%. Os analistas dizem que a vitória com tanta facilidade do candidato socialista se deve, em parte, à falta de discursos convincentes dos seus opositores.
Para a maioria do povo boliviano, Evo representa os avanços dos últimos anos, que transformaram a realidade do país, como declarou um cidadão à RT: "Nunca tivemos coisas assim no passado, como temos hoje. Os presidentes anteriores só sabiam roubar. Samuel [Medina] era ministro e 'Tuto' [Quiroga] vice-presidente, a maioria controlados pelos EUA".
As pesquisas de intenção de voto já mostravam Morales à frente de seus adversários, com 59%. Medina tinha 18% e Quiroga 10%.
Pela primeira vez os cidadãos bolivianos no exterior puderam exercer seu direito ao voto, comparecendo às urnas de 33 países diferentes, segundo a venezuelana Telesur.
A OEA (Organização dos Estados Americanos), Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e União Europeia foram os maiores organismos internacionais que estiveram presentes para observar o processos eleitoral, assim como diversas entidades nacionais.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, felicitou o companheiro pelo twitter. "Evo, grande vitória da Pátria Sul-Americana, desde a Venezuela te damos um abraço de parabéns. Sigamos vencendo!", escreveu Maduro.
Continuação de Evo para avançar na construção de um modelo socialista
Morales é agora o presidente que ocupa por mais tempo o cargo máximo da democracia do país. Em 2005, quando venceu as eleições pela primeira vez, conquistou mais de 50% dos votos e em 2009 obteve mais de 60%. Seu novo mandato se inicia em 2015 e termina em 2020.
Os diversos projetos públicos de desenvolvimento são o principal motivo da credibilidade que o líder de origem indígena tem com seu povo. Investimento em infraestruturas, redução da pobreza, modernização do país avançaram muito nos últimos anos.
Desde 2006, o modelo socioeconômico da Bolívia vem mudando, do neoliberalismo que castigou milhões de cidadãos desse país para o modelo "pós-neoliberal", baseado na inclusão social, na redistribuição de renda, no combate às grandes multinacionais, na democratização e na pluralidade.
Em 2008, a Unesco declarou o país um território livre do analfabetismo, com 96,2% da população boliviana alfabetizada, segundo dados deste ano.
Desde quando Evo chegou ao poder e o sofrido povo boliviano finalmente se sentiu representado, a pobreza diminuiu de 38% em 2006 para 18% em 2011.
A expectativa de vida ao nascer agora é de 67,3 anos, contra 64,7 em 2006, e a mortalidade infantil diminuiu de 42 por cada 1.000 nascidos vivos para 31 por cada 1.000 nascimentos.
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da Bolívia aumentou de 0,636 para 0,667, ao mesmo tempo que a taxa de desemprego caiu de 5,3% para 3,2%.
A dívida pública boliviana, em 2006, era de 80% do PIB (Produto Interno Bruto). Com a nacionalização de setores vitais da economia do país, essa dívida representa, em 2013, 33% do PIB.
PIB este que cresceu de 4,8% em 2006 para 6,8% em 2013. A Economia passou de 9 bilhões de dólares no inicio do mandato de Evo, para 32 bilhões de dólares em 2013. Neste mesmo ano, o PIB da Bolívia cresceu 6,78%.
Enquanto isso, o PIB per capita dobrou, de US$ 1.203 em 2006 para US$ 2.868 em 2013.
A estimativa de crescimento da economia boliviana nos próximos anos é de 7%.