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281210_SubidaPreosAngola - Jornal de Angola - A subida dos preços e a depreciação da moeda nacional perante as principais moedas de importação – o dólar americano e o rand sul-africano – resumem o conjunto de situações negativas que a economia moçambicana experimentou durante este ano.


O comportamento dos preços inviabilizou o cumprimento da meta estabelecida pelo Governo, que consistia em manter a taxa média de inflação não superior a 9,5 por cento até ao fim do ano. Com efeito, até aos últimos nove meses, os preços já passavam este tecto: no primeiro semestre, a inflação bateu 12,25 por cento, em Julho 16,1 por cento, em Setembro 15,52 por cento e 10,62 por cento em Outubro.

 

De acordo com o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, a subida dos preços a nível interno foi em grande medida justificada por factores externos. Por um lado, tanto o dólar americano quanto o rand tiveram tendência a fortificar-se, o que encareceu as importações de Moçambique, sobretudo de produtos alimentares, que são maioritariamente importados a partir da África do Sul, dado o défice da produção interna.

Por outro lado, os preços dos combustíveis líquidos foram sofrendo sucessivas subidas (quatro vezes) em resultado do seu agravamento no mercado internacional, ao mesmo tempo que o Governo decidiu descongelar gradualmente os preços administrados de alguns bens, incluindo os combustíveis.

Outra razão: o aumento da liquidez (dinheiro em circulação) no mercado, associado às medidas fiscais e monetárias de estímulo adoptadas pelo Governo e pelo Banco de Moçambique em 2009, para amortecer o impacto da crise financeira internacional. O resultado disso foi, além da pressão cambial, uma forte expansão do crédito à economia e das despesas públicas.

O aumento dos preços dos bens básicos corroeu o bolso das populações, tendo resultado em manifestações de 1 e 2 de Setembro. Pressionado, o Governo aprovou um conjunto de medidas, entre as quais o congelamento e a redução do preço de alguns produtos básicos.

Dolarização

O fraco peso do metical perante o rand e o dólar americano foi determinante para a instabilidade que se viveu este ano. O seu impacto foi menor em 2009, provavelmente devido à estabilidade interna de preços, que fixou a taxa de inflação em apenas 3,3 por cento, nível considerado histórico.

Este ano, as taxas de câmbio tiveram tendência a subir de forma gradual, com o metical a sofrer pressão contínua do fortalecimento do rand. Se em finais de Janeiro de 2010 a unidade do dólar e do rand custava cerca de 27,40 e 3,70 meticais respectivamente, pela taxa fixada pelo Banco Central, em Agosto, a cotação daquelas moedas era de 36,65 e cerca de cinco meticais o dólar e o rand, respectivamente.

Já nos bancos comerciais e casas de câmbio e no mercado paralelo, a taxa de câmbio ameaçava romper a barreira dos 40 meticais por dólar, o rand atingiu a casa dos seis meticais e o Euro, que rondava os cerca de 36 meticais em Janeiro, passou a custar perto de 50 meticais.

Entretanto, para travar a derrapagem da moeda nacional, o Banco de Moçambique intensificou a sua intervenção no Mercado Cambial Interbancário, em Setembro, e de uma série de medidas avançadas, estabeleceu que as receitas de exportações devem ser convertidas em meticais; instituições públicas e privadas de diversos ramos de actividade, sobretudo aquelas que não têm a sua estrutura de custos em moeda estrangeira devem efectuar transacções em meticais. Como resultado destas medidas, o metical está a recuperar terreno face àquelas moedas e prevê-se que até ao último dia do ano regresse à estabilidade.


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