As cifras vêm do relatório The World's Women and Girls, produzido pelo Population Reference Bureau, uma organização com sede em Washington. Em Bangladesh, o percentual é ainda mais alto que na Índia. Já o Paquistão traz a média regional para baixo, com aproximadamente metade do percentual de casamentos pré-18 anos, em comparação com a Índia.
Educação
Os casamentos em tenra idade diminuíram cerca de 7% na Índia nos últimos 20 anos, assim como em outros países da região, de acordo com números da Unicef. Mas com pouca oportunidade de educação para meninas adolescentes, a política educacional no país pode estar estimulando, indiretamente, o casamento de adolescentes, comenta o professor Vibhuti Patel, da SNDT Women's University de Mumbai, em entrevista ao jornal Times of India.
Graças a programas estatais de educação, crianças agora podem ir à escola e as meninas mais velhas são menos solicitadas para pajear seus irmãos menores, argumenta o professor. Mas as adolescentes costumam abandonar a escola e não há treinamento vocacional disponível para elas. Preocupados com a ideia de que as filhas, com muito tempo livre, acabarão namorando e engravidando, os pais fazem pressão para casá-las.
Leis
Países do chamado 'primeiro mundo' não são mencionados nas estatísticas de casamento de adolescentes e crianças da Unicef, mas na Europa e Estados Unidos, embora a idade legal para poder se casar seja 18 anos, cai para 16 se houver permissão dos pais – ou até menos em alguns países europeus e estados norte-americanos.
Na Índia, a idade mínima é 18 para garotas e 21 para rapazes. Uma lei que é frequentemente desrespeitada. De acordo com a Unicef, a Índia é responsável por 40% dos casamentos de crianças e adolescentes no mundo.