"Sinto que nom é un reconhecimento a mim senom ao labor coletivo do Sindicato Labrego Galego, em especial às suas mulheres. Nom é umha questom pessoal: trata-se mais ben de um reconhecimento à gente da aldeia, às mulheres galegas". Deste jeito valorizava ontem Lídia Senra, a líder do sindicalismo camponês galego, o prémio Pedrom de Ouro que lhe concedeu a homónima fundaçom pola sua "exemplar trajetória" como "referência obrigada dentro do movimento agrário europeu e internacional" e o seu trabalho por visibilizar a mulher do campo.
A Fundaçom do Pedrom de Ouro reconhece, deste jeito, umha mulher que foi secretária geral do Sindicato Labrego entre 1989 e 2007, após participar "desde muito nova nas luitas e no sindicalismo galego" através das Comissons Labregas, onde se caracterizou pola oposiçom à cota da Segurança Social ou a cota láctea. Na atualidade, Senra é a responsável da Secretaria de Organizaçom de Finanças do Sindicato Labrego "com a convicçom de poder criar umha nova ordem social alternativa à sociedade neoliberal patriarcal", sublinhárom na ata do falho os representantes da fundaçom.
Lidia Senra (Cereija, Brolhom, 1958) manifestou que no sindicato se sentiam orgulhosos de que o galardom, um dos de maior força simbólica na Galiza, repare no trabalho "dos labregos e das pessoas do sindicato". Ela, pontualiza, o "único que fijo "foi representar as decisons coletivas e o que me parece mais importante é que a Fundaçom do Pedrom de Ouro se interesse por visibilizar o papel das labregas".
É, precisamente, essa visibilizaçom o que lhe parece um dos grandes logros das mulheres no seu sindicato: "Figemos um caminho muito importante de participaçom e hoje, no SLG, possuímos a paridade estatutariamente. Há umha assunçom de responsabilidades que nos permite estar a cincuenta por cento nas decisons da organzaçom".
Esse logro, ao seu juízo, é o froito dunha "decisión firme" da Secretaria da Mulher "de avançar num labor de auto-estima e vencer os preconceitos culturais". Este, assegura, "é algo que conseguimos e que nom tem volta atrás, porque as mulheres do sindicato non estamos dispostas a dar um passo atrás". A discriminaçom às labregas, porém, continua a existir a nível institucional e como indicativo sublinha a legislaçom que segue sem reconhecer a titularidade partilhada. Neste momento, acrescenta, "graças à luita das mulheres, debate-se um projeto de lei que pretente reconhecer esta titularidade. Esperamos que esse debate nom fique em nada e que a lei se dote orçamentariamente".
E é que, em palavras de Lídia Senra, "a participaçom das mulheres nos labores do campo é fundamental: em muitas fazendas, as mulheres geram umha importante achega económica que se prolonga com os labores doméstico, algo tampouco está reconhecido porque nom há umha tramitaçom, ainda que que seja economicamente fundamental".
O Pedrom de Honra recai em André Pocinha e Aurora Lopes
O Pedrom de Ouro resolveu-se numha reuniom do passado seis de abril em Arçua, se bem os ganhadores figérom-se públicos ontem. Nesa reuniom, o Padroado da Fundaçom do Pedrom de Ouro reconheceu também com o Pedrom de Honra -que distingue a personalidade ou entidade residente fora da Galiza que "se destacasse com as suas achegas ao engrandecemento da naçom"- aos profesores de Filologia Latina da Universidade de Granada, Aurora Lopes e André Pocinha, estudiosos e divulgadores da cultura e língua galega.
Em concreto, a fundaçom valorizou os trabalhos de Lopes e Pocinha intitulados Rosalia de Castro. Documentaçom biográfica e bibliográfica crítica assim como Rosalia de Castro. Estudios sobre a vida e a obra, ademais das diversas achegas através de distintos jornais e revistas. Pocinha é também autor de umha célebre traduçom de poesia grega ao galego-português.
O ato de entrega da 48 Ediçom do Pedrom de Ouro terá lugar o 29 de maio num ato literário que terá lugar na Casa Museu de Rosalia, em Padrom, às 12.30 horas, no qual intervirá o secretário da Fundaçom do Pedrom de Ouro, David Outeiro.