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100615 hospitPortugal - Esquerda - O estudo "O Sistema de Saúde Português no Tempo da Troika: A Experiência dos Médicos", inquiriu mais de 3.000 médicos e foi divulgado nesta segunda-feira. 


Dos médicos inquiridos "80% consideram que as reformas no setor público já afetaram a qualidade dos cuidados prestados" e "cerca de 85% que o SNS não pode acomodar mais cortes de financiamento sem comprometer a qualidade dos cuidados".

Nesta segunda-feira, 8 de junho, foi divulgado o estudo "O Sistema de Saúde Português no Tempo da Troika: A Experiência dos Médicos", realizado pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, no âmbito de um protocolo com a Ordem dos Médicos (OM). (O estudo está disponível no site da OM neste link)

Tiago Correia, coordenador do estudo, declarou ao jornal "Público": "O estudo procurou ser um primeiro mapeamento geral em escala da experiência dos médicos sobre a intervenção da troika em Portugal. Conseguimos perceber que a realidade do sistema de saúde apresenta dinâmicas internas muito variáveis, mas as respostas dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresentam resultados tendencialmente piores do que os do setor privado, o que significa que o ajustamento foi particularmente sentido no setor público".

Tiago Correia disse ainda: "Habitualmente ouvimos dizer que o SNS acomodou muito bem os cortes. Está por provar se o sistema acomodou assim tão bem os cortes que foram realizados. É bastante curioso que os médicos tenham tido necessidade de se pronunciar e salientaram que não estavam contra reformas no setor".

Metade dos médicos do SNS inquiridos afirma que há faltas recorrentes de material nas instituições e apontam que há aumento do abandono de tratamentos por motivos económicos.

60% dos médicos dos centros de saúde dizem que há faltas recorrentes de material, no setor hospitalar a percentagem é de 44%. No setor privado, os médicos também apontam faltas de materiais, 29% dos médicos dos consultórios e clínicas e 33% nos hospitais privados.

A falta de recursos nos hospitais públicos "é um traço marcante" com 40% dos médicos a referirem já ter sido confrontados com falta de medicamentos para tratar adequadamente os doentes. 30% dos médicos já estiveram envolvidos em cirurgias adiadas e 23% deixaram de realizar técnicas invasivas por falta de material disponível.

Abandono de terapêuticas por motivos económicos
60% dos médicos do SNS inquiridos referem que aumentou o abandono de terapêuticas por parte dos doentes por motivos económicos. 80% dos médicos indicam que os doentes pedem cada vez mais receitas com medicamentos mais baratos.

O abandono de tratamentos por parte dos doentes por motivos económicos é assinalado por 70% dos médicos na psiquiatria e na pneumologia, 60% na medicina geral e familiar e 50% na oncologia.

O estudo refere também que 80% dos internos e 50% dos médicos especialistas com atividades de formação consideram que a qualidade formativa no internato médico diminuiu desde 2011.

O estudo salienta também a "situação de esgotamento entre o médicos", que cresce no setor público à medida do tempo de trabalho (dos 60% aos 70%) e diminui no setor privado ("65% entre os mais novos e 40% entre os mais velhos").

O coordenador do estudo, Tiago Correia, realçou ao "Público": "Se quisermos pensar na qualidade dos serviços de saúde – não só no sistema público mas também nos privados – temos de pensar que sistema estamos a criar para daqui a 20 anos. Essa dinâmica é muito invisível e vamos estar pagar essa fatura mais tarde e a resolução do problema vai demorar muito mais anos do que comprar um pacote de luvas ou seringas".


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