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14-01-29codigoPortugal - ACP-PI - Passados dois anos desde a última greve que mobilizou milhares, a classe médica estará outra vez em greve nos próximos dias 8 e 9 de Julho. Sabemos que não é uma situação que seja recorrente, sendo que são escassas as vezes que os médicos se mobilizam para greves.


Então porquê uma greve agora? Quais os motivos? Os motivos são óbvios: a defesa do SNS.

O artigo 64º da Constituição Portuguesa diz que todos têm direito à protecção da saúde e que este direito é realizado através de um sistema nacional de saúde universal e geral, tendencialmente gratuito. Sendo que a taxa moderadora num serviço de urgência hospitalar custa 20,65 €, o tendencialmente gratuito deve ter uma interpretação diferente para os nossos governantes.

Ao longo destes anos de austeridade, temos vindo a assistir a uma progressiva degradação do SNS, em que o recurso à saúde se torna cada vez mais complicado. É frequente ouvirmos nas notícias que vai fechar um Centro de Saúde, que encerraram maternidades, assim como serviços hospitalares de referência, tornando cada vez mais desigual o acesso aos cuidados. Mas tudo isto não chega, por isso limita-se o material existente nos hospitais, tornando-se uma verdadeira odisseia e com um toque de “desenrasque” tratar do bem mais precioso, a saúde.

E como se tudo isto já não dificultasse o desempenho de funções dos profissionais de saúde, ainda temos a famosa “lei da rolha”. Esta conduta de “ética” visa silenciar todos aqueles que pretendem defender aquilo que está no seu código deontológico, actuando pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos. Os profissionais do SNS “devem abster-se de emitir declarações públicas, por sua iniciativa ou mediante solicitação de terceiros, nomeadamente quando possam pôr em causa a imagem [do serviço ou organismo], em especial fazendo uso dos meios de comunicação social”, o que impede qualquer profissional de denunciar situações que possam colocar em causa a segurança dos utentes.

Com a nova categorização dos hospitais, encerram inúmeras valências, acabam duas especialidades médicas no serviço público - endocrinologia e estomatologia - e também se diminui o número de médicos  especialistas e a necessidade de formação de novos especialistas, degradando a qualidade da formação médica e aumentando o número de médicos indiferenciados. Como consequência teremos listas de espera para determinadas especialidades ainda mais longas, com um acesso mais desigual das populações.

Esta greve é para evitar o colapso do Sistema Nacional de Saúde (SNS) que por decisões dos governantes teima em acontecer.

Não é uma greve apenas da classe médica, mas de todos os enfermeiros, técnicos, todos os profissionais de saúde que todos os dias se empenham em prestar cuidados de saúde de excelência aos seus utentes, que pretende garantir que se possam prestar cuidados de saúde em segurança para a população. Também os utentes são parte fundamental neste processo, e é de extrema importância que se juntem a esta greve, porque hoje é apenas um anónimo nas notícias que morreu numa ambulância a caminho do serviço de urgência demasiado longe, mas amanhã poderá ser um familiar nosso ou mesmo um de nós a ser noticia.

Os médicos fazem abertamente frente ao Ministério da Saúde e defendem os nossos utentes, para que estes possam ter cuidados de saúde como preconiza a constituição.


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