Diferentes teorias e pontos de vista para responder às brutais mutações que ocorreram no trabalho e na classe trabalhadora: Ruy Braga, da Universidade de São Paulo (Brasil), Donatella della Porta da European University Institute (Itália), Guy Standing (Universidade de Londres), José Soeiro, sociólgo e Sofia Roque, da Associação de Combate à Precariedade dão o pontapé de saída no debate.
Descrição: “A produção e as formas de organizar o trabalho estão em permanente mudança. Nas últimas décadas, na Europa e no contexto dos países que lideram uma economia capitalista globalizada, acentuaram-se a segmentação da classe trabalhadora e a individualização das relações laborais. A precariedade surge como regime social, um projecto que pretende instaurar uma nova normalidade na classe trabalhadora, criando o “Precariado”. Começamos o Fórum com esta reflexão, contando com contributos de diferentes pontos de vista e oriundos de diferentes partes do mundo, que analisam estas mutações, propondo um debate vivo que nos ajude no combate pelos direitos no trabalho e na vida.
Ruy Braga é um especialista brasileiro em Sociologia do Trabalho. Professor da Universidade de São Paulo, coordenou o Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania. É autor, entre outros dos livros “A pulsão plebeia: trabalho, precariedade e rebeliões sociais” (2014) e “A política do precariado” (2012).
Donatella della Porta é uma cientista política italiana, professora do Instituto Universitário Europeu, em Florença. Dirige o Centro de Estudos dos Movimentos Sociais (Cosmos). É autora, entre outras obras, da “Enciclopédia Blackwell dos Movimentos Políticos e Sociais“ (2013) e de “Democracia nos Movimentos Sociais” (2009).
Guy Standing é um economista britânico, professor da Universidade de Londres e co-fundador da Basic Income Earth Network. É autor, entre outras obras, dos livros “O Precariado: a nova classe perigosa” (2011) e “Uma carta do precariado” (2014).
José Soeiro é sociólogo, doutorando no Centro de Estudos Sociais a concluir uma tese sobre mobilizações de precários em Portugal. Foi deputado à Assembleia da República com responsabilidades na área da juventude e precariedade. Coringa de Teatro do Oprimido, é autor do livro “Não Acredite em Tudo o que Pensa – Mitos do senso comum na era da austeridade”(2013).
Sofia Roque é investigadora do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e doutoranda em Filosofia Política na Faculdade de Letras da UL, onde prossegue o seu trabalho de investigação centrado no pensamento de Hannah Arendt, nomeadamente na sua teoria do juízo político. Integrou a organização do primeiro Mayday Lisboa, em 2007, e é membro dos Precários Inflexíveis desde a sua criação, no mesmo ano.
