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270812 escola-assembleiaPortugal - CMIP - O Festival FDP 2012, inicialmente previsto para a Azenha, em Valongo, já não poderá decorrer nesse local. Neste momento, estamos à procura de lugar alternativo. Toda a ajuda é bem-vinda.


O que é o Festival FDP 2012

A 19 de Abril, a Câmara Municipal do Porto despejou, com o recurso a uma força policial impressionante, o projecto Es.Col.A da Fontinha. Durante um ano, voluntários desse projecto tinham recuperado o espaço da antiga escola primária da Fontinha, deixado ao abandono pelos poderes autárquicos durante 5 anos, devolvendo-o à comunidade que nunca devia ter deixado de servir.

Alguns desses voluntários, ou pessoas que simplesmente se opunham ao despejo, foram detidos e levados a tribunal. Para que a coragem de lutar por alternativas concretas e implementá-las na prática não se perca, é fundamental que se saiba que há gente solidária. Para que o receio de multas ou problemas judiciais não acabe com a capacidade de confrontar a autoridade com a sua própria injustiça, não se pode deixar estas pessoas sem apoio.

Nesse sentido, e aproveitando a polémica mediática da perseguição de Rui Rio a Manuel Leitão por causa do episódio FDP, algumas pessoas decidiram organizar um Festival com esse nome, cujas eventuais receitas revertessem para os detidos no dia do despejo do Es.Col.A da Fontinha. Um festival que demonstre apoio por quem luta por alterações profundas no modelo de organização humana, que recusa o Medo e que dá combate à repressão, seja ela em forma de ataque policial ou de censura. Uma forma de combate pela liberdade de expressão utilizando a linguagem como uma fonte vasta de representações mentais que têm correspondência com a realidade e a imaginação. Neste fim-de-semana, por exemplo, FDP quer dizer Faz, Discute e Participa.

Já não será na Azenha, em Valongo
O local escolhido foi o campo de futebol da Azenha, em Valongo. Na primeira reunião, que tivemos com o presidente da associação local, a ARCA, em finais de Julho, foi-nos dito que, em princípio, não haveria problemas mas que teria que haver reunião da direcção para que houvesse uma decisão definitiva. Na segunda reunião, desta vez com a vice-presidente, a 17 de Agosto, foi-nos dito que tinha havido essa reunião de direcção e que, em relação ao que tinha ficado apalavrado com o presidente, só haveria que mudar a gestão das bebidas. Mudou-se. E marcou-se uma nova reunião para 7 de Setembro, unicamente para ultimar pormenores e assinar a papelada necessária para as burocracias associativas.

No dia 24 de Agosto, menos de um mês antes do início do Festival FDP 2012, a direcção da associação ARCA pediu-nos uma reunião extraordinária de emergência, para esse mesmo dia. Serviu essa reunião para nos informarem que, contra todas as indicações anteriores, não lhes era possível ceder-nos o espaço para a realização do dito festival.

Foi com espanto que recebemos a notícia dessa decisão inamovível da direcção da ARCA. Inicialmente, explicaram que os seus estatutos os impediam de participar numa manifestação política. Como se a existência duma associação popular não fosse, por si só, uma manifestação muito mais política do que um festival de música, cujos contexto e objectivos foram apresentados abertamente desde o primeiro contacto. Tudo foi transparente. Até a possibilidade de haver pressões para que o festival não se realizasse. E nunca os estatutos se meteram na conversa.

Porque a questão, parece-nos, é que o que se passou foi exactamente o contrário. Não houve um recuo por causa dos estatutos. Estes apareceram apenas para justificar o roer da corda. Não são a causa. São a desculpa. O resto da conversa mais não fez do que confirmar que o que provocou esta súbita mudança de atitude foi o Medo. Suscitado pelo repentino enfoque mediático.

O fundamental foi as notícias que começaram a surgir, em catadupa, nos dias anteriores. As perguntas de alguns sócios; a pressão dos jornalistas; o receio de que lhes “caiam em cima” por estarem envolvidos neste festival, numa terra com uma Câmara PSD, a meses de eleições autárquicas. Aparentemente, nem sequer houve pressões por parte dos poderes políticos locais. “Ainda”, como referiu um dos membros da direcção.

Se mais nenhum mérito tiver, este FDP 2012 serviu já para pôr a nu como o Medo, essa instituição que garante todos os poderes e todas as injustiças, é o maior inimigo da liberdade. Um sentimento que já faz parte do património genético dos seres humanos, mas que adquiriu novos contornos nos que se deixam tolher por Ele, ainda antes de Lhe dar oportunidade de se manifestar na prática. Mais paralisante do que o medo do guarda é o Medo de que ele bata à porta, já foi dito por alguém e confirma-se, mais uma vez, aqui.

Mas há festival à mesma
O Festival FDP 2012 ficou, momentaneamente, sem local. Mas continua marcado para as mesmas datas. Não deixaremos que o Medo nos derrube a nós também, porque é exactamente essa a luta que nos fez organizar este evento. Que, lembre-se, se destina a apoiar pessoas que acabaram com problemas judiciais por ocuparem espaços devolutos e devolvê-los à comunidade, por um lado, e confrontar a autoridade com a sua própria injustiça, por outro. Tudo coisas que o Medo não quer.

Um pedido

Estamos, neste momento, a tentar por todos os lados que conhecemos, arranjar uma alternativa que contemple um recinto, idealmente a céu aberto, e um espaço para acampamento, de preferência com ponto de água próximo.

Por isso, se tiveres conhecimento dum local com essas características, não hesites em avisar-nos. É uma ajuda fundamental.

http://fdp2012.portolivre.net/

Foto: Global Voices Online - Assembleia na Es.col.a da Fontinha


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