Invocando ter ido cumprir um mandado de detenção de três cidadãos, as diversas forças policiais de intervenção terrorista mobilizaram cerca de 200 esbirros encapuçados e armados até aos dentes que ocuparam literalmente o bairro a partir das 17H00, prolongando essa ocupação até cerca das 21H00, fecharam todos os acessos, interpelaram e revistaram indiscriminadamente quem passava e pelo caminho prenderam mais uns quantos moradores de origem africana, obrigando todos com que se cruzavam a entrar nas suas casas – e iam estes valentaços só para deter três pessoas do bairro, por ordem do ministério público e de um juiz que, entretanto, deixam em liberdade os já identificados criminosos agentes racistas da polícia da esquadra de Alfragide.
Esta polícia da coligação fascista PSD/CDS quis assim mostrar que goza de total cobertura do governo e dos agentes do ministério público para poder continuar a praticar toda a espécie de patifarias contra os cidadãos de origem africana dos bairros pobres da região de Lisboa, respondendo deste modo provocatório às queixas-crime contra eles oportunamente deduzidas.
Como nos referiu um morador deste bairro, já aliás vítima da violência fascista desta policia, estas investidas constituem uma manobra com o único objectivo de aterrorizar a população, acrescentando que com estas acções persecutórias contra as vítimas da política de austeridade deste governo o que se está a querer instituir é a criminalização da pobreza.
Ao contrário do que bolçava o lacaio porta-voz do comando policial responsável pelo assalto de hoje ao bairro da Cova da Moura, a polícia não tranquiliza ninguém, mas é sim um factor de desordem e de barbárie e a única causa da insegurança dos cidadãos nestes bairros.
Por isso mesmo, para além da demissão imediata da ministra da administração interna e do director nacional da PSP e a prisão dos facínoras fardados da polícia da esquadra de Alfragide que praticaram os crimes no passado mês de Fevereiro, devem cessar imediatamente todas e quaisquer operações policiais terroristas da polícia no bairro da Cova da Moura.
Exigimos também que o ministério público informe imediatamente das medidas que tomou ou não tomou para levar a julgamento os bandidos da PSP que praticaram os crimes na esquadra de Alfragide em Fevereiro deste ano bem como os participaram no assalto ao bairro e disparos sobre os moradores na madrugada do passado dia 28 de Março.