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201112 bastaPortugal - Jornal Mudar de Vida - [Carlos Completo] "Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem." Bertolt Brecht


Em anterior artigo de Urbano de Campos ficou expressa a posição do Mudar de Vida no apoio à Greve Geral de 14 de Novembro. A grande dimensão por esta assumida e o seu significado apareceram, contudo, por iniciativa própria dos jornalistas ou a mando dos seus chefes, ofuscados na comunicação social pelos acontecimentos da parte final da concentração de São Bento. Apesar de não estar de acordo com a acção de alguns dos manifestantes (embora uns pudessem estar sinceramente revoltados e, outros, provavelmente, não passarem de vulgares provocadores policiais), que dedicaram grande parte do seu tempo a atirar pedras à polícia fardada, considero dever repudiar fortemente a actuação das forças repressivas.

Por outro lado, para além da efectiva violência exercida pelo actual governo, nomeadamente através das brutais medidas insertas no OE 2013, que é de presumir possam provocar práticas políticas e sociais violentas por parte de muitos dos atingidos, há, também, algumas outras questões, de fundo, que penso devam ser salientadas.

No estado capitalista, as polícias e os tribunais, independentemente das "boas intenções" de alguns dos seus operacionais, estão integrados no aparelho repressivo de Estado, portanto, ao serviço da classe dominante. A defesa dos capitalistas (e dos seus homens de mão), dos seus lucros, assim como do seu Estado, são o essencial das tarefas policiais. E nestas tarefas cabe também o papel do agente provocador. O militante político deve estar alerta contra este tipo de gente.

Mais, quando há mal-estar no interior das forças repressivas, é previsível que o Estado lhes pague melhor, para que elas cumpram bem o seu papel na defesa dos interesses burgueses. Mesmo em tempos de "crise" os governantes não se esquecem disso. Daí que o aumento das verbas dedicados à Segurança no OE 2013, subindo 10%, quando baixam as verbas para quase todas as outras funções do Estado, encontrem aqui uma boa explicação.

Quanto à discussão do porquê na demora de intervenção das forças policiais e da forma como estas a levaram a cabo, penso que na gestão do tempo e do modo de o fazer o poder político procurou ganhar tempo para que ficasse demonstrado que os maus eram os manifestantes e que os justos eram os polícias. E como estes seguiram as orientações governamentais, espancando a torto e a direito, dando azo à aplicação dos seus instintos animalescos, tratou-se, sobretudo, de procurar amedrontar a generalidade dos trabalhadores e do povo, com o objectivo de os desmobilizar em relação a acções futuras. Já é tempo de alguma gente que se diz de esquerda deixar de bater palmas a estes "filhos do povo" fardados ou não!

Embora nesta fase o governo ache boa a táctica de distinguir entre a concentração da CGTP, que considerou bem comportada, e a "meia dúzia de profissionais da violência", no dia em que as mobilizações dos explorados e oprimidos se tornarem mais massivas e violentas, quando o poder do capital estiver seriamente em causa, a burguesia não hesitará em bater forte, prender ou até mesmo matar, sem fazer grandes distinções, desprezando claramente as regras do chamado estado de direito. E, para fazer face ao que aí vem, torna-se cada vez mais imprescindível e urgente a existência de sólidas organizações dos trabalhadores e dos militantes políticos.


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