Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

161112 detencoesselvagensPortugal - Diário Liberdade - O site 5Dias recolhe depoimentos de pessoas detidas nos enfrentamentos em Lisboa na noite do 14N e familiares dessas pessoas.


Na sequência das informações que o 5Dias elaborou sobre a Greve Geral que decorreu a 14 de novembro em vários países europeus, entre os quais Portugal e a Galiza (para os quais o Diário Liberdade fez um acompanhamento minuto a minuto), o blog informativo recolheu testemunhos assustadores de pessoas vitimadas pela polícia.

Nos enfrentamentos nas ruas da capital lusa que seguiram a manifestação convocada pela CGTP-IN (ver galeria fotográfica aqui) foram detidas dúzias de pessoas , muitas delas em condições de "ilegalidade que não são próprias de um estado de direito" -denunciaram representantes da Ordem dos Advogados de Lisboa. Muitas pessoas foram detidas de maneira arbitrária, em função da forma como estavam vestidas, sem factos imputáveis nem motivos objetivos para serem perseguidas. Alguns detidos/as denunciaram terem sido vítimas de agressões policiais tais como espancamentos nos rins, insultos e obrigatoriedade de ficarem despidos/as.

Testemunhos

Testemunho de João Pinheiro (um dos detidos em Monsanto):

"Fui um dos Detidos no Tribunal da Boa-Hora em Monsanto. Não participei em nenhum acto de Violência, não atirei pedras. Apenas fugi de Polícias de Choque que espancavam toda e qualquer pessoa, mesmo que tentasse acalmar o ânimos, como vi.

Os Detidos no Cais do Sodré foram arbitrários, entre um grande grupo de pessoas que fugia pela 24 de Julho, das balas de borracha que eram disparadas contra o manifestantes, ao contrário do que se anda ai a espalhar (uma das outras detidas foi atingida por uma).

Fomos levados, algemados e revistados por três vezes, para a Boa-Hora sem nos ser dada informação para onde íamos ou do que éramos acusados. Nenhum dos Polícias tinha identificação.

Fomos postos em grupos de 5 em cada cela e deixados, descalços, durante 3 horas, sem qualquer informação, mais um vez.

Por fim, fomos levados a assinar um papel em que nos identificávamos e que não continha qualquer acusação, sendo depois mandados para fora, pela polícia sem que tivéssemos usufruído do direito ao telefonema ou a falar com um advogado.

Foi esta a experiência minha e de mais cerca de 20 manifestantes Pacíficos, que durante o tempo na cela, cantaram em uníssono, a Internacional."

Testemunho de Rodrigo Rivera, um dos jovens detidos nessa noite:

"Tivemos de assinar um papel com espaços por preencher para poder sair, impediram o acesso à advogada. Entretanto já conseguimos falar com ela (…)."

Testemunho de Ana Margarida de Carvalho (mãe de um dos detidos):

"A todos os amigos que se interessaram e que ajudaram.

Foi de facto um lindo serviço: hoje à noite, na prisão de alta segurança de Monsanto, onde custumam enclausurar os barões da droga e outros energúmenos estava uma vintena de adolescentes imberbes. Foram detidos porque sim, sem qualquer acusação, por agentes à paisana que os apanharam em vários pontos da cidade, alguns nem sequer tinham ido à manifestação… Sem direito a telefonarem, nem a contactar com os advogados (tinham ordens nesse sentido, diziam os srs agentes)…

Havia pais que ainda não sabiam em que estabelecimento prisional estavam os filhos. O João está bem, com algumas nódoas negras nos pulsos por causa das algemas, mas até suportou bem a humilhação, os insultos, o permanecer descalço durante 3 horas numa cela gelada de pedra (enfim, havia miúdos feridos, a pingar sangue, portanto…) Quanto aos outros, os tipos dos capuzes e das pedras e das claques ou lá o que eles são, não sei… Não os vi por lá.

O importante reter é que neste momento, ao abrigo do alerta laranja, das ordens do MAI e da NATO, podemos ser presos por participar numa manifestação.Claro que isto foi «só» uma manobra de intimidação, mas resulta: para a próxima participarão menos, com certeza. Eu mesma, não sei… terei que ir tomar conta dos meus filhos, escoltá-los até chegarem a casa, sãos e salvos… Enfim, a palhaçada continua.

Obrigada mais uma vez."

Testemunho do escritor Mário de Carvalho, na sua página do Facebook:

"Posso testemunhar que no caso de um detido, já posto em liberdade, foi recusada à família por mais do que uma vez , durante um período de três horas, a informação do local em que o detido se encontrava. Agentes e comissária diziam que TINHAM ORDENS para não dar essa informação. A prisão em local indeterminado configura-se como SEQUESTRO. Lembra os procedimentos típicos das ditaduras da América Latina? Pois lembra."

Foto: Luis Nunes/Diário Liberdade - Detenções na noite do 14N.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.