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270412 balaBorrachaPortugal - SOS Racismo - Esta segunda-feira, a polícia entrou no Bairro da Ameixoeira a alta velocidade, perseguindo uma pessoa que não tinha carta de condução. Depois de uma perseguição que levou vários polícias a entrar nas casas erradas apontado shotgun a várias crianças, acabou por invadir (sem mandato) uma casa à força e prender o homem que procurava. 


Já com a pessoa dentro da carrinha que se encontrava cheia de polícias, estes, ao verem a aproximação das pessoas que obviamente perguntavam a razão da prisão e sem qualquer respeito pela vida humana optaram por responder com tiros, ferindo duas pessoas.

Uma delas encontra-se a ser operada no Hospital Santa Maria. A maioria das pessoas que se encontrava à frente das armas eram crianças e familiares preocupados com o que se passava. Nunca ninguém esperaria que fosse possível a polícia começar a atirar. Esta situação aconteceu à frente do Projecto promovido pela nossa associação, tendo a violência policial sido testemunhada por uma das nossas técnicas e por algumas crianças que o frequentam.

Não conseguimos compreender com é possível que a polícia, um órgão do estado, pode usar as pessoas como se tratassem de alvos a abater. Acreditamos que isto só aconteceu por se tratar de um bairro social, onde os habitantes não são vistos pela polícia como seres humanos. Há 6 anos que o SOS Racismo desenvolve actividades na Ameixoeira, trabalhando com as crianças e jovens que residem neste Bairro.

Não há qualquer razão para esta atitude da polícia e parece-nos ridículo que a subcomissária Carla Duarte, do Comando Metropolitano de Lisboa, tenha tido a lata para vir defender o que é indefensável. Foi apenas por acaso que esta atitude não resultou na morte de alguém, que facilmente poderia ser uma criança. O que aconteceu foi uma vergonha, mas é ainda mais grave que o comando da polícia tenha que recorrer a mentiras para se tentar justificar. Esperamos que a voz da polícia não valha mais que as vozes das dezenas de testemunhas, mesmo sabendo que a impunidade da polícia é a regra e não a excepção.


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