Quisemos casas dignas, creches, salário igual para trabalho igual. Muitas mulheres geriram fábricas abandonadas pelos patrões, aprenderam as primeiras letras à volta de uma mesa, com outras mulheres do seu bairro. Perceberam o que era ser "pessoas com direitos".
Levantámos a voz em casa, para exigir maior partilha, mas essa voz lúcida foi-se calando à medida que as lutas iam esmorecendo.
Obtivemos direito ao divórcio, à nossa liberdade sexual e a não querer viver violentadas na nossa intimidade. Algumas mulheres perceberam que a violência tinha de sair das fronteiras das casas e ser denunciada como crime. Outras, entenderam que a interrupção da gravidez em condições de segurança e legalidade era um direito. E levámos 30 anos a conquistar este direito!
O ABRIR E FECHAR PORTAS
O 25 de Abril abriu-nos portas para a liberdade de agir e de pensar, para o acesso à educação, para o direito à saúde, à habitação digna, para um emprego com direitos, para uma vida sexual livre e desejada.
Abriu as portas para os nossos direitos como mulheres, negados e reprimidos durante 48 anos de ditadura.
Todas estas portas têm vindo a ser fechadas.
Com as políticas de austeridade, que nos empurram para níveis de pobreza inacreditáveis, para cortes inadmissíveis no Estado Social, para a precariedade sem limites.
As portas do país abrem-se para que a juventude saia do país e fecham-se para o seu regresso, porque não há futuro num país tutelado por um governo que nos empurra para o abismo.
SAIR À RUA NESTE 25 DE ABRIL É JUNTAR FORÇAS
Basta de ataques aos nossos direitos!
Não chegam os discursos oficiais sobre a igualdade de género, quando na vida essa igualdade nos é negada com salários baixos e desiguais, com precariedade, desemprego, degradação de serviços públicos de saúde e quotidianos marcados pelo cansaço de quem corre de cabeça baixa a fazer contas à vida.
A onda conservadora que percorre a Europa está a fazer estragos em vários países. Por cá, o conservadorismo também anda de mãos dadas com a austeridade. Exalta-se a maternidade e as tarefas do cuidado como algo destinado às mulheres. Dizem-nos que é preciso que tenhamos mais crianças, quando nos negam condições dignas de vida.
NO 25 DE ABRIL SAIAMOS À RUA EM VÁRIAS CIDADES DO PAÍS !
JUNTAS COM A FORÇA DOS NOSSOS PROTESTOS !
A DERE À UMAR .
UMAR – UNIÃO DE M ULHERES A LTERNATIVA E RESPOSTA
www.umarfeminismos.org
umar.sede@sapo.pt ; T. 218873005
A UMAR estará como sempre no desfile do 25 de Abril em Lisboa.
Ponto de Encontro Feminista em Lisboa | dia 25 de Abril às 14h30 |Cruzamento da Rua Alexandre Herculano com a Avenida da Liberdade