Susana Carvalhosa, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), revelou que o estudo feito no ano passado mostrou que "quarenta por cento dos jovens entre os 12 e os 20 anos que eram homossexuais, bissexuais e que ainda não tinham bem definida a sua orientação sexual disseram ter sido vítimas de bullying homofóbico". Segundo a agência Lusa, o estudo baseou-se nas respostas de 210 estudantes que faziam parte da rede ex aequo, sendo que 30% eram heterossexuais e os restantes 70% eram lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais.
Também presente no debate organizado na Escola Secundária Pedro Nunes, o psiquiatra Daniel Sampaio afirmou não ter dúvidas da existência de "uma maior prevalência de casos de suicídio entre vítimas de homofobia e de bullying". E António Serzedelo, da associação Opus Gay, acusou professores e direções escolares de "terem medo, vergonha ou simplesmente não terem preparação para atuar" nos casos de bullying homofóbico nas escolas.
A tarde de quinta feira ficou marcada pela marcha que atravessou a Baixa de Coimbra, animada pela música que acompanhava as palavras de ordem e os "beijaços" dos manifestantes. Paulo Jorge Vieira, da Associação Não Te Prives, leu o manifesto desta "Marcha de Luta contra a Bifobia, Lesbofobia, Homofobia, Intersexofobia, Polifobia e Transfobia", que recusa "um sistema binário de género" e não aceita "a concessão de direitos pela metade", referindo-se ao "direito a ser pais e mães" e ao reconhecimento da diversidade familiar.
Foto: Paulete Matos