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kidsPortugal - MAS - Só em 2013 este governo financiou com 35 milhões de euros colégios privados acusados de irregularidades ao mesmo tempo que aumentou o número de alunos por turmas, que "varreu" das escolas milhares de professores contratados prejudicando fortemente a qualidade de ensino-aprendizagem.


A 30 de Abril de 2014, o governo mais uma vez à custa de dinheiros e recursos públicos, vai beneficiar uma organização  para que esta realize um exame (obrigatório para o 9º ano) com a designação "Keys for Schools". Se em Dezembro passado, Nuno Crato demonstrou não acreditar na qualidade da formação dos professores das Escolas Superiores de Educação, aqui demonstra uma total desconsideração por todas as instituições de Ensino Superior em Portugal porque recorre a este serviço duma Universidade estrangeira (quando poderia recorrer a instituições semelhantes em Portugal). Além do mais este exame da organização "Cambridge English Language Assessment" apesar de se reivindicar "sem fins lucrativos" exige um pagamento de 25 euros para obtenção de um certificado, o que não se compreende quando praticamente todos os recursos humanos e materiais usados são cedidos (gratuitamente) pelo Ministério da Educação (a própria prova será vigiada e corrigida gratuitamente por professores das Escolas Públicas). Nas crianças com dificuldade financeiras os 25 euros serão financiados total ou parcialmente pelo Estado (através da nossa "rica" Ação Social Escolar). Mais uma vez fica evidente que este governo quando é necessário investir na Escola Pública diz não ter condições financeiras no entanto para grupos privados o governo consegue sempre arranjar recursos... 

O Movimento Alternativa Socialista (MAS) está totalmente solidário com todos os professores revoltados com mais esta situação injusta e defende que os milhões de euros do Estado que cada vez mais têm enchido os cofres dos grupos privados (não só mas também na Educação) têm que ser investidos no sector público em benefício do presente e futuro das nossas crianças e jovens. Que os milhões do Estado gastos em "negociatas" com os colégios e outros grupos privados sejam rapidamente canalizados para:

- diminuir o número de alunos por turma;

- vinculação dos contratados com 3 anos de serviço.

O MAS de seguida publica uma tomada de posição de um grupo de professores do Agrupamento de Escolas António Gedeão e posteriormente um texto de um professor denunciando esta situação do exame "Key for Schools":

Tomada de posição relativamente ao teste de Inglês pelos professores do Agrupamentos de Escolas António Gedeão

Comunicado
Exmo. Senhor Presidente da Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas António Gedeão – Almada

Os professores vêm, por este meio, tomar posição relativamente às provas de Inglês - Key for Schools.

O acordo celebrado entre o governo e entidades privadas para que os alunos do 9ºano realizem o teste diagnóstico de Inglês da Universidade de Cambridge, revelou-se um inaceitável negócio privado. Poucos dias bastaram, após a publicação do despacho que criava o teste diagnóstico, para ser celebrado um protocolo com várias instituições e já o Estado Português transferia “mais-valias”' para uma instituição privada, envolvendo no negócio o Banco BPI, a Porto Editora, a Novabase, a Fundação Bissaya Barreto e a GlobeStar Systems. Como é que um simples teste diagnóstico se transforma num exame obrigatório, envolvendo entidades privadas portuguesas e estrangeiras quando, para o efeito, existe o "know-how" português de instituições públicas com notoriedade no ensino das línguas (designadamente, os professores das escolas públicas do ensino secundário e as universidades portuguesas) que dariam garantias de qualidade neste âmbito? Se dúvidas restassem sobre as características pouco claras deste negócio, pouco edificante e ofensivo da nossa competência e dignidade profissionais, elas desapareceriam perante o facto de a Porto Editora já ter nos mercado os manuais e materiais de preparação para os testes, produzidos por professores portugueses.

Como professores do ministério da educação, não estamos ao serviço de instituições privadas e recusamo-nos a colaborar num processo ao qual não nos encontramos profissionalmente vinculados. 

Repudiamos, assim, todo o serviço de vigilâncias e classificação de provas associado a este processo.

Almada, 28 de Abril de 2014"

"Caros colegas,

Permitam-me que me dirija a todos vós (novamente). Não posso deixar de o fazer porque tenho andado particularmente meditabundo nos últimos dias, principalmente desde que comecei a receber e-mails sobre a prova "Key for Schools" (vulgo KFS) que se realizará no próximo dia 30 de abril.

Tendo em conta que o meu estatuto me obriga a refletir sobre as coisas do Ensino e como sempre fui um dedicado professor, cumpridor dos deveres a que tão nobre e bem remunerada profissão me obriga, decidi partilhar convosco algumas ideias a propósito desta famigerada prova (mais uma) cuja realização tem vindo a ser afanosamente preparada.

Bem sei que hoje é domingo, mas como recebi as duas últimas mensagens, uma no dia 25 (que ainda é feriado) e a outra a 26 (sábado), não me parece abusivo comunicar com os meus colegas, já que, fins de semana e feridos parecem estar em vias de extinção.

Assim, fiquei a saber que os alunos e os professores precisam de almoçar nesse dia,  enquanto as mesas são alvo de arrumação conveniente a partir das 12:00. Não importa que muitos alunos não tenham aulas a partir dessa hora, e que à tarde nem haja aula nenhuma, pois o período até é longo. Tudo pelos exames, nada contra os exames!!! Agora é que vai haver mais qualidade no ensino do Inglês, tinha era que haver um exame (mais um) e pronto, o problema está resolvido! Abaixo o facilitismo, viva a exigência! Viva o KFS!

Diz-se que este exame é feito através da generosa colaboração dum conhecido instituto de línguas, obrigatório para uns, facultativo (e pago) para outros, e até comparticipado pela ASE: os alunos do escalão A têm direito aos 25 euros e os do escalão B a metade desse valor. Eis como o erário público financia de forma, também ela generosa, uma instituição de ensino privada. E que mal é que isso tem? É tudo a bem da Nação!

E os professores do ensino público, ao vigiarem e classificarem o KFS, será que vão estar ao serviço duma cadeia de escolas de línguas privadas? Se calhar até vão, são portanto agentes do KFS, e certamente serão bem pagos para desempenhar essa tarefa.

Então e não é que a última [e-mail recebido ontem às 22:01] diz respeito ao material? – Lê-  -se aí o seguinte: "o único material utilizado na realização da prova KFS, são lápis B ou HB e borracha, pelo que nesse dia [os alunos] devem ser portadores desses materiais".

Tenho que ser inovador! Há anos e anos que eu digo aos alunos que em testes e provas de exame só se pode usar tinta preta ou azul, pois agora vai ser tudo a lápis B ou HB, ai vai, vai!!!

Pensem nisto, poooor favoooor, e bom domingo.

Cordiais saudações,

César Garcia (professor) a 27 de Abril de 2014"


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