As mais-valias obtidas mediante a venda de títulos de dívida pública, proporcionadas pelas medidas de estímulo monetário por parte do Banco Central Europeu (BCE), foram decisivas para os resultados da Geral de Depósitos (CGD), BCP e BPI, que amealharam lucros de 364 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.
O registo de ganhos com operações financeiras destes três maiores bancos portugueses ultrapassou os 900 milhões, sendo que a venda de dívida pública nacional teve um peso preponderante.
No que respeita ao Millenium BCP, esta instituição financeira alcançou os 508 milhões em ganhos com operações financeiras, dos quais cerca de 386 milhões eram dívida pública portuguesa. O banco registou um resultado líquido de 240,7 milhões de euros, face ao prejuízo de 62,2 milhões de euros apurado em igual período do ano passado.
A melhoria do resultado líquido do BCP deve-se essencialmente ao crescimento acentuado da margem financeira (26,6%) e à redução dos custos operacionais (-3,7%).
O banco utilizou os ganhos em dívida pública para compensar o impacto das provisões, que continuaram a pesar na folha de resultados em 475 milhões de euros.
Ao mesmo tempo, o BCP despediu trabalhadores. Entre junho de 2014 e junho de 2015, o número de trabalhadores deste banco em Portugal baixou de 8.351 para 7.599 e o número de balcões no mercado português diminui de 740 para 691.
Os ganhos com operações financeiras na CGD ascenderam a 302 milhões, o que representa um aumentou em 82% dos resultados com estas operações. Os lucros arrecadados foram de 47 milhões.
Segundo a instituição, “a evolução dos resultados em operações financeiras beneficiou da valorização ocorrida no mercado de dívida pública europeia, bem como do timing da atuação de gestão da carteira CGD”.
O BPI, por sua vez, registou 95 milhões em ganhos com operações financeiras, atingindo 76 milhões de euros em lucros.
Foto de Paulete Matos.