No dia em que os trabalhadores iniciaram o primeiro de dois dias de greve nos centros de produção e logística dos CTT em Cabo Ruivo (Lisboa), Maia (Porto) e Taveiro (Coimbra), contra "o fim da modalidade do horário contínuo", Vítor Narciso, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correio e Telecomunicações (SNTCT) disse que a administração "recusa-se a dialogar" com os sindicatos sobre o fim do horário contínuo previsto no acordo de empresa.
"A empresa ao retirar a modalidade de horário contínuo aos trabalhadores, que já existe desde 1983, e ao passa-lo para a modalidade de horário não-contínuo faz com que a carga horária aumente, sem que haja motivo para tal", sublinhou o dirigente sindical à agência Lusa.
Segundo Vítor Narciso, "os trabalhadores são prejudicados", dando como exemplo o fato de "em vez de saírem às 23:00 passam a sair 24:00 da noite e muitos só chegam a casa às 2:00 horas da manhã ou não têm transportes".
Os trabalhadores dos centros de produção e logística dos CTT iniciaram uma greve parcial a 21 de julho, a qual terminou na sexta-feira, e iniciam esta segunda-feira uma greve de dois dias contra o fim do horário contínuo.
Os trabalhadores e trabalhadoras concentraram-se junto das instalações da avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa e seguiram em manifestação até às instalações do Edifício CTT (avenida D. João II, Parque das Nações), onde aprovaram uma moção que vão entregar à administração da empresa.
"Vamos continuar a luta caso a administração dos CTT não negoceie e dialogue com os representantes dos trabalhadores. Qualquer alteração ao horário contínuo, previsto no acordo de empresa, só pode ser alterado através de negociações com os sindicatos e os trabalhadores", garantiu à Lusa Vítor Narciso.
A greve convocada, tal como a parcial que dura desde a semana passada, deve-se à transição do horário contínuo para não-contínuo aplicável a uma parte dos trabalhadores dos centros de produção e logística dos CTT.