Falido como não pode deixar de estar um Banco Comercial que afinal existe é para, indevida e ilegalmente, financiar e tapar buracos das empresas do seu próprio grupo empresarial.
Ora, a verdade é que ninguém na altura parece ter ligado ao texto em causa. Ou, pelo menos, não ligou o que devia. A começar, verdade seja dita, pelo nosso próprio Partido, que deveria ter desenvolvido de imediato uma grande campanha de agitação e propaganda, desde logo aos balcões e junto dos clientes do referido Banco, denunciando a ilicitude e gravidade da trafulhice que, do mesmo passo que enche os bolsos aos accionistas do Grupo, cria (mais) um buraco, a ser tapado, é claro, à custa dos bolsos dos contribuintes, ou seja, dos trabalhadores, que, como é sabido, são os únicos que pagam impostos em Portugal…
Agora, quando se torna público que ninguém sabe (!?) onde páram os 5 milhões do BES que deveriam estar algures em Angola e que a situação no Banco é de tal modo grave que nem os seus amigos do Governo lhe autorizaram um empréstimo de emergência de 2 mil milhões de euros por parte da CGD, também ela falida, torna-se mais fácil dizer que afinal parece que algo de muito sério e muito grave se passa na Banca portuguesa, que esta se encontra falida (isto, apesar dos 12 mil milhões de euros que, dos 78 mil milhões do “empréstimo” da Tróica, logo foram para a Banca, e que aliás ainda não foram pagos …) e que nem o Banco de Portugal, nem o Governo, nem a Comissão Parlamentar do Orçamento, Finanças e Administração Pública, nem os partidos da oposição fizeram rigorosamente nada para evitar a calamidade em curso, cujas consequências, se este Governo não for de imediato derrubado, se vão abater de novo sobre o Povo trabalhador.
E também por isso mesmo, e para além das novas e actualizadas denúncias que devem ser feitas, se impõe reflectir maduramente e perguntar com seriedade: “Os buracos do BES – afinal, quem tinha razão ?”.