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821535Portugal - ACP-PI - Dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que em 2013 apenas 60% das 137.456 ofertas de emprego disponíveis foram preenchidas. Em 2014, a média de ofertas por preencher é de 5737 por mês. Que tipo de ofertas serão estas num país em que a taxa de desemprego ultrapassa os 15%?


Dizer que os/as cidadãos/ãs desempregados/as não querem trabalhar é um argumento vulgar e vazio de conteúdo. Invocar nacionalidades e dizer que são os estrangeiros a aceitar as ofertas de emprego que os portugueses recusam, serve apenas para fomentar a luta entre pessoas que trabalham e a (auto)xenofobia. Há que questionar as condições de trabalho propostas e perceber se se coadunam com o dito direito à vida; isto é, se garantem aquele patamar mínimo de dignidade a que todos temos direito.

Portanto, dos dados apresentados pelo IEFP, quantas propostas de emprego seriam realmente isso mesmo, propostas de emprego com condições de trabalho dignas? Apesar de ilegal, muitas são as ofertas de estágios não remunerados nos sites de emprego, por exemplo. Ou de estágios a troco de subsídio de alimentação e transporte. Ou de contratos a termo com baixa remuneração. Ou a falsos recibos verdes. Ou as ofertas de Empresas de Trabalho Temporário que nenhuma confiança e segurança transmitem. Ou com baixos salários, no geral. E quantas das ofertas são apresentadas sem informarem sobre a remuneração ou o horário, entre outros dados decisivos para qualquer escolha de emprego? E quantas destas ofertas não são somente fictícias?

O artigo refere até que é nos campos de agricultura do Alentejo que mais se sente dificuldade em encontrar trabalhadores e onde os empresários são “obrigados” a recorrer a mão-de-obra estrangeira. Mas de que mão-de-obra estrangeira falamos? Quais as vantagens na contratação de estrangeiros? E quais as reais condições de trabalho que são propostas por estes empresários agrícolas? Trabalho Temporário a baixo custo? Será que falam dos campos de agricultura no Alentejo, onde se explora e escraviza?

Num país em que são destruídos 341 empregos por dia, 10571 empregos por mês, revelar dados sobre ofertas que ficam por preencher e produzir artigos jornalísticos com base nesses dados, releva alguma insensatez e insensibilidade por quem se encontre preso à precariedade.


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