Mas há más notícias para a propaganda do “tudo está bué fixe” do Governo, a Comissão Europeia de Durão Barroso exige que os salários em Portugal desçam ainda mais 2% a 5% e o FMI vem dizer que isto só lá vai com mais cortes estruturais de 3 mil milhões de euros no pós-troika.
Ambas as instituições e mesmo a ministra das Finanças dizem que a austeridade se irá manter durante vários anos porque o crescimento não é sustentável e o endividamento externo está demasiado alto. Ou seja, para pagar a dívida, como na opinião do FMI e CE não é possível crescer sustentadamente, é preciso retirar mais verbas dos funcionários públicos, dos pensionistas, da escola pública e do serviço nacional de saúde. Traduzindo: despedir – como já afiançou Maria Luís Albuquerque.
Pelo caminho o FMI arrasa o "milagre económico" de Pires de Lima, dizendo que as exportações são insustentáveis. Paulo Portas veio ontem dizer que estavam no valor mais alto de sempre, 40%; mas o Fundo informa que o valor tem sobretudo que ver com a exportação de combustíveis refinados em Portugal e não com um aumento dos chamados bens transaccionáveis.
A propaganda vai toda por água abaixo e o Governo fica fora de pé insistindo com a austeridade num momento em que o Parlamento Europeu já aprovou um relatório que afirma que a troika destruiu a economia na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre e que têm de existir medidas para reverter os cortes sociais aplicados.