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saude 24 1 0Portugal - Esquerda - Os trabalhadores da Linha de Saúde 24 acusam o ministro da Saúde de ser cúmplice de "uma empresa privada que delapida o serviço público e que cria abertamente uma situação não vista desde o regime salazarista: despedimentos por represália à luta por direitos e reposição da legalidade".


Durante uma entrevista concedida à Antena 1, e reproduzida pela RTP1, a enfermeira Márcia Silva, que foi dispensada, juntamente com 11 colegas, do call center da Linha de Saúde 24 em Lisboa, no passado fim de semana, refere que a administração da empresa se prepara para despedir mais 53 trabalhadores.

"Saiu a escala de fevereiro e soubemos pelo horário que mais 53 pessoas não estarão escaladas, isto é, não terão turnos para o próximo mês, não tendo sido dado qualquer tipo de aviso por parte da administração nem qualquer tipo de explicação a estes trabalhadores, conforme também não foi dada qualquer explicação aos 12 trabalhadores anteriormente dispensados", avançou Márcia Silva.

A ex trabalhadora da Linha de Saúde 24 sublinhou as semelhanças evidentes entre os procedimentos adotados neste momento e aqueles de que foram alvo os 12 trabalhadores despedidos no fim de semana, a quem foi barrado o acesso à empresa e retirados os dados biométricos sem qualquer explicação.

Num comunicado divulgado à comunicação social, e publicado na sua página de facebook, os trabalhadores da Linha de Saúde 24 exigem a "intervenção urgente do Ministério da Saúde e da DGS, perante a total irresponsabilidade do Conselho de Administração da LCS, empresa concessionária da linha, que na atual situação demonstra claramente que não tem condições de assegurar a linha e que deve ser afastada, em nome da Linha Saúde 24".

No documento, os trabalhadores referem que "o silêncio do Ministro Paulo Macedo torna-ocúmplice de uma empresa privada que delapida o serviço público e que cria abertamente uma situação não vista desde o regime salazarista: despedimentos por represália à luta por direitos e reposição da legalidade" e reiteram a sua vontade, "ainda que perseguidos e despedidos", de defender o seu trabalho e de "defender os milhares de portugueses que diariamente usam a linha Saúde 24".

O esquerda.net transcreve, na íntegra, o comunicado divulgado pelos trabalhadores da Linha de Saúde 24:

"Empenhados na defesa dos seus direitos e da sua liberdade de organização e expressão e comprometidos com os cidadãos que servem diariamente, a Comissão Informal de Trabalhadores da Saúde 24 exige intervenção urgente do Ministério da Saúde e da DGS, perante a total irresponsabilidade do Conselho de Administração da LCS, empresa concessionária da linha, que na atual situação demonstra claramente que não tem condições de assegurar a linha e que deve ser afastada, em nome da Linha Saúde 24.

Após o despedimento sumário de 16 trabalhadores como represália por exercerem o seu direito de organização e de livre expressão, a LCS reitera a ilegalidade e represálias para com os seus trabalhadores, e demonstra cabalmente o desrespeito para com os utentes e para com o contrato de concessão que tem, despedindo um total de mais de cerca de 65 trabalhadores, apenas no call center de Lisboa (de um total de 200) em pleno pico da gripe.

O Conselho de Administração da LCS, composto por José António Nunes Coelho, Crisanto Sousa Gonçalves, Luís Pedroso Lima, Sérgio Tomas Fernandes e José Mendes Pinto demonstrou publicamente a sua disponibilidade para reprimir direitos fundamentais dos trabalhadores e para delapidar de forma decisiva o serviço da Linha Saúde 24, tendo as suas ações conduzido a perdas de chamadas diárias na ordem das 1000 pessoas desde há cerca de uma semana, bem como a tempos de espera para o atendimento da ordem dos 10 minutos. Esta empresa concessionária viola a lei despedindo os trabalhadores por se terem organizado e põe em sério risco a credibilidade e qualidade da linha, em benefício dos seus interesses próprios, e violando os contratos de concessão. Esta administração não tem condições para continuar.

Perante as palavras do ministro Paulo Macedo e do diretor-geral de Saúde, Francisco George, que reiteram o normal funcionamento da linha, questionamos se este bom funcionamento implica uma espera longa para os utentes, a possibilidade forte de não serem atendidos e o recurso de uma empresa fora da lei a uma postura pidesca perante os enfermeiros que fizeram a linha de Saúde 24 ter a qualidade que até recentemente lhe era reconhecida.

Hoje a Comissão Informal de Trabalhadores da Saúde 24 viu adiada a sua audição na Comissão Parlamentar de Saúde, para que se oiça o Ministro Paulo Macedo sobre o congestionamento das Urgências Hospitalares. Não pode haver no entanto uma dissociação de ambas situações, quando a administração da Saúde 24 está a sabotar ela própria o serviço da Linha, que contribui para que não exista uma alternativa viável ao recurso às instituições de saúde já congestionadas.

O silêncio do Ministro Paulo Macedo torna-o cúmplice das ilegalidades na Saúde 24. Torna-o cúmplice de uma empresa privada que delapida o serviço público e que cria abertamente uma situação não vista desde o regime salazarista: despedimentos por represália à luta por direitos e reposição da legalidade.

Não desistimos da Saúde 24, tal como não desistimos do respeito pelos trabalhadores, do reconhecimento dos contratos de trabalho, do valor dos enfermeiros e da exigência da maior qualidade no serviço aos utentes. Pagamos com despedimentos, pagamos com sacrifícios pessoais, pagam os utentes com um serviço inutilizado. Que seja cobrado a quem de direito, às instituições responsáveis e a um Conselho de Administração que não serve os Portugueses, mas sim interesses próprios.

Reiteramos a nossa vontade, ainda que perseguidos e despedidos, de defender o nosso trabalho e de defender os milhares de portugueses que diariamente usam a linha Saúde 24".


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