De acordo com o Jornal de Negócios, o FMI indicava na página sete do relatório que tinha ocorrido uma estagnação do valor dos salários de 45% e que apenas 7% de quem trabalha em Portugal tinha sofrido uma redução no salário. No entanto, os dados podem estar errados e mais de 20% dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal, sem contar com os funcionários públicos, podem ter sido alvo de um corte nos salários.
A confirmar-se, e tendo em conta a inflação, mais de 65% dos trabalhadores perderam rendimento por via direta, o que ainda se agrava mais se contabilizarmos o aumento brutal dos impostos.
Mais: porque a redução dos salários – entre 5% e 20% – atingia apenas 7% dos trabalhadores por conta de outrem, o FMI preconizou mais flexibilidade das leis laborais para facilitar a descida dos salários. Assim se prova o que sempre dissemos: mais precariedade significa sempre menores salários.
Este facto, é aliás, reforçado com a subida do chamado sub-emprego, ou seja, dos trabalhos que pagam menos de 310€ mensais.
A conclusão é simples: o Governo e o FMI mentiram nos dados que apresentaram para poderem avançar com alterações ao mercado laboral no sentido de aumentarem a precariedade e baixar ainda mais os salários.