Na reta final dos preparativos das manifestações de 2 de março, convocadas para 32 cidades no país e sete no exterior, sucedem-se os apelos à participação. Artistas como Sérgio Godinho, Rita Redshoes e Jorge Palma, entre tantos outros, estarão presentes e ajudam a convocar. O ex-candidato à Presidência da República e histórico socialista Manuel Alegre confirmou a presença. E as associações de militares – oficiais, sargentos e praças, estão a mobilizar os seus associados.
As manifestações de 2 de março, convocadas pelo movimento “Que se lixe a troika – Queremos as nossas vidas” realizam-se neste sábado, sendo a primeira iniciativa às 10 horas, na Horta, Açores.
A convocatória inicial foi subscrita por 120 pessoas e pode ser lida aqui.
Maré alta
Sérgio Godinho, na mensagem divulgada, afirma: “Não interiorizemos o medo escuro nem o conformismo pardo. O presente tem 'o acesso bloqueado'? Cabe a nós encontrarmos novas chaves, novos atalhos, novas formas activas de o usufruir. Queremos as nossas vidas, sim, por difícil que seja habitá-las neste presente sombrio. O solo que pisamos é livre, e desde há muito terreno libertado. Defendamo-lo. A liberdade está a passar por aqui.”
Já Rita Redshoes diz: “O que me ilumina é saber que somos muitos. É perceber que a dor que, deste lado sentimos, é sentida na pele e não num papel. É real. Faz mossa e entristece. E isso faz com que se cante, que a voz soe e que os movimentos se libertem. Calar o medo. Calar o medo. Calar o medo”.
Jorge Palma incita: “Haja dignidade, coragem, inteligência e solidariedade de facto. Isto está só a começar, o rumo da locomotiva está nas nossas mãos. BOA VIAGEM!”
Fartos da troika
Manuel Alegre confirmou em entrevista à Sic Notícias que vai à manifestação e disse: "Eu pessoalmente estou farto da troika (...) isto é um crime contra a sociedade portuguesa e uma subversão da ideia da Europa (...). Esta gente não está aqui para nos ajudar."
Também a Associação Nacional de Sargentos (ANS), a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e a Associação de Praças (AP) estão a dar indicações aos seus associados para participarem na manifestação. Lima Coelho, presidente da ANS, disse ao Público que “não enquanto ANS, mas enquanto cidadãos”, está a informar os seus camaradas que lá estarão, apelando assim a todos os sargentos que participem na manifestação.
Um comunicado de imprensa da AP “apela a todos os praças que, fazendo uso do seu direito de cidadania, participem em iniciativas organizadas pela sociedade civil” para demonstrar que os militares estão “solidários nos seus legítimos anseios numa vida melhor”.
Recorde-se que há convocatórias de colunas de setores sociais e profissionais a serem organizadas em Lisboa e no Porto, as Marés, como a da Educação, a da Saúde, a dosReformados, a Arco-íris, com pontos de saída próprios que confluirão para a manifestação.