António Medeiros, do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), disse à Antena 1 que os efeitos da paralisação começaram a sentir-se com comboios suprimidos “desde as primeiras horas da manhã, em todo o país”.
“Depende agora do plano que a empresa consegue executar, mas entre 50% e 60% da circulação está a ser realizada. Portanto, muito mais do que qualquer plano de serviços mínimos, também decretado por um Tribunal Arbitral”, sublinhou.
António Medeiros adiantou que o plano da CP para estes dias de greve aproveita o tempo de trabalho disponível dos maquinistas, que são seis horas por dia. “Portanto, há muita disponibilidade para a condução de comboios por parte dos maquinistas”, afirmou.
Ana Portela, porta-voz da CP, fez o balanço da paralisação para a TSF, estimando que até às 8h foram cancelados metade dos comboios.
Em declarações à Lusa, o dirigente sindical António Medeiros explicou que “o objetivo é lutar contra as medidas que anulam a contratação coletiva”, realçando que “é um protesto contra a empresa e contra as medidas do Governo”.
“Estão a colocar-nos numa situação de espoliação dos nossos salários, das nossas condições de vida e da nossa dignidade. Não podemos aceitar esta indignidade a que nos estão a sujeitar”, reforçou o dirigente sindical.
No feriado de sexta-feira, a greve é geral
Este domingo, o SMAQ comunicou à CP que “desagrava as condições da greve” nos serviços regionais entre hoje e quinta-feira, e por isso a empresa não prevê agora grandes complicações neste serviço. “O sindicato anulou a greve às duas primeiras horas de cada turno, mantendo a paralisação relativa às horas extraordinárias e aos feriados, “que já vem desde 1 de Janeiro”, explicou Ana Portela à TSF.
Até quarta-feira, só se devem realizar metade dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, acentuando-se as perturbações na quinta-feira, dia em que só se deverão realizar 25 por cento destas ligações de longo curso. Na sexta-feira, dia em que a greve é geral, não se prevê a realização de comboios Alfa Pendular e Intercidades.
Nos serviços urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra, como no serviço inter-regional, as perturbações vão ser mais acentuadas, prevendo-se a supressão da maioria dos comboios nos próximos dias.
Foto: Nos serviços urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra, como no serviço inter-regional, as perturbações vão ser mais acentuadas, prevendo-se a supressão da maioria dos comboios nos próximos dias. Foto de Paulete Matos.