Foto: António borges, de dirigente do FMI a tecnocrata do governo direitista português, peça fundamental da iminente ofensiva privatizadora
A possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados é um cenário "muito atraente", se bem não foi tomada uma decisão de forma definitiva.
Em entrevista a um canal televisivo privado, Borges afirmou que a ideia é que a RTP1 fique "na propriedade do Estado", mas com licença entregue ao capital privado, que contaria com um apoio económico estatal de 140 milhões de euros para que cumprisse "as obrigações de serviço público".
Quanto ao segundo canal público, a RTP2, o consultor económico do governo PSD-CDS-PP vai "muito provavelmente" fechar, independentemente do cenário a adotar para o futuro da empresa, em razão do que considera "o seu avultado custo para reduzidas audiências".
Privatização pode trazer despedimentos
"Se o concessionário quiser pode despedir. Se entender que tem trabalhadores a mais, pode despedir", concretizou ainda António Borges, explicando a operação de desmantelamento da televisão pública que o executivo direitista prepara dentro dos seus planos de ajuste.
António Borges, consultor procedente do Fundo Monetário Internacional (FMI), organização em que ocupou o cargo de diretor para a Europa, lidera uma equipa governamental que funciona no âmbito da Parpública, para acompanhar as privatizações projetadas pelo Governo português.
A BCG e a Accenture têm sido os consultores estratégicos da RTP para executar o Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira (PSEF) da empresa e conduzir o processo de privatização.
A BCG é responsável pela reflexão estratégica sobre o Serviço Público de Media e sobre a visão estratégica da nova RTP, ao passo que à Accenture cabe o desenvolvimento de um conjunto de implementações do PSEF, nomeadamente no que toca ao modelo operativo da nova RTP, tendo em consideração, entre outros, a autonomização dos Meios e Serviços e dos centros regionais.
De acordo com o jornal Sol, o Estado fará a concessão total do serviço público de televisão e rádio (RTP e RDP) a um operador privado, por um período de 15 a 25 anos.
Com agências.