Sejam estes em sanidade, educação, prevenção de riscos de catástrofes ambientais, na carga de trabalho semanal, em facilidades de despedimentos, em privatizações de todo o tipo, em perda das pagas extra… perante estes recortes sociais podemos ver a outra cara da moeda. Podemos ver como os grandes dirigentes a nível mundial, a banca e mais o sector privado, cada ano estão a se lucrar de um jeito amoral, aproveitando-se sempre da classe menos favorecida e criando a passos agigantados um descenso da classe média.
Neste dia decidi participar numa das tantas manifestações que se celebraram em todo o mundo em homenagem a estes direitos conseguidos no decorrer da historia pelas classes menos favorecidas. Concretamente na cidade de Lisboa.
A cita dos trabalhadores começava na Praça de Martim Moniz e decorria por toda a Avenida Almirante Reis até chegar à Alameda. Surpreendeu-me gratamente a quantidade de pessoas presentes amossando a sua desconformidade perante as medidas de um Governo títere dos mercados e multinacionais, governo este eleito pelo povo ao qual está claramente a atraiçoar, obviando uns valores e uns deveres naturais de defesa da cidadania e dos seus direitos.
Já quase no final da marcha, moi perto da Alameda, surpreendeu-me ver uma grande quantidade de gente amontoada à entrada de um Supermercado Pingo Doce estando as portas fechadas ao público.
Surpreendeu-me também ver ali fora um pequeno cordão policial integrado por uns seis ou sete policias. Como não pude ver nada em concreto decidi continuar a marcha até o ponto de encontro, onde permaneci um tempo. Quando decidi deixar já a manifestação realizei o mesmo caminho de volta, e foi nesse momento quando pude comprovar o que se passava na loja. Os supermercados Pingo Doce decidiram abrir pela vez primeira no 1 de maio, e para celebrar tão macabra decisão ofertavam um desconto do 50% nos seus produtos se a compra era superior aos cem euros.
Antes de volver para a casa dei um cumprido passeio pela cidade, onde pude ver muitas pessoas a carregar carrinhos e sacos com todo tipo de produtos aparentemente comprados nas lojas Pingo Doce de Lisboa. Ao chegar à casa pude comprovar pela net que a oferta do Supermercado foi realizada a nível nacional, e que em todo o país a população acudiu em massa atendendo ao reclamo da suculentíssima promoção.
Non culpo disto à maioria das pessoas que ali se dirigiram para se beneficiar do desconto oferecido nas lojas do grupo inversor Jerónimo Martins. A moitas destas pessoas bem seguro que tal promoção lhe pode facilitar enormemente o seu dia a dia, e a ideia pareceria-me totalmente plausível se no de agora em diante todos os primeiros de mês as lojas do Grupo Jerórino Martins aplicaram tal promoção. Mais o que realmente fez esta cadeia foi rir na cara de toda a população, aproveitando-se da necessidade de famílias inteiras que acudiram ao reclamo das misérias que oferece o Capital.
No de agora em diante o único prejudicado pela decisão de oferta da multinacional da alimentação aparentemente sou eu mesmo. Tenho uma teima que não consigo desfazer-me dela com o passo dos anos. É mais, esta minha teima agudiza-se. Tenho por bom costume deixar de acudir a diferentes estabelecimentos ou comprar certas cousas por uns ou por outros motivos. E o meu problema é que a loja mais próxima da minha casa é o Pingo Doce, loja que não volverá ver um cêntimo meu até que todos os primeiros de cada mês non ofereça o desconto do 50%. Pois há coisas com as que não se deve brincar, e tristemente nos últimos tempos são muitos os que estão a ultrapassar a raia.