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041214 acostaPortugal - Diário Liberdade - [Romão Ramos] Na asfixia de liberdade de opinião que marcou o XX Congresso do Partido Socialista, só António Costa, pôde fazer discursos livres. Aos restantes delegados foi imposta uma mordaça, como assumiu Almeida Santos. 


Destoou do coro Francisco Assis, que não renega a naturalidade e assumiu que a sua visão de Socialismo assenta numa lógica semelhante à da pessoa que presidiu durante décadas à Câmara Municipal do seu Município de origem, Marco de Canaveses. Nem mesmo os delgados afectos a António José Seguro ousaram manifestarem-se e votaram em disciplina de voto. O Congresso do PS conseguiu fazer um pleno de unanimidade na aprovação da moção de orientação política, igual facto, que só encontra paralelo actual na Coreia do Norte ou em regimes totalitários que os povos já derrubaram.

Livre da sua própria censura, António Costa estava capaz de passar uma mensagem real ao País. São nos congressos, órgão máximo dos Partidos, que se apresentam, discutem e decidem as linhas políticas dos Partidos. Neste caso próprio, para os próximos dois anos de mandato interno, para os quatro anos de governação, para a tal década que diz António Costa ter uma agenda. Mas como as Portuguesas e os Portugueses puderam verificar, sobre isso nada foi dito. Lá para a Primavera, porventura na rentrée de Setembro, quiçá quando as andorinhas já estiverem a abalar, nos quinze dias de campanha eleitoral ou em última opção e essa é quase garantida quando já estiver eleito. A reunião de milhares de delegados, convidados, guest, press, bandeira nacional digital ao vento, directos de duas horas, desfiles de vaidades, punhos cerrados, poses marialvas, troca de gravatas para que nada parecesse démodé, pariu um rato, um vazio ideológico, uma mão cheia de nada de propostas, um cheque em branco.

Na quadratura de sueca, António Costa, que assegura que tem um jogo daqueles entre mãos, procura saber se com o seu bluff, os seus adversários à esquerda desistem antes mesmo de ir a jogo. O croqui de tabuleiro à sua frente, o esquema Nós / Eles está vazio e António Costa sabe que no decorrer do jogo só garante duas bolinhas, mas quer marcar quatro e sair vencedor sem ter de jogar nenhuma carta. Evidência-se que o parceiro assumido de António Costa neste jogo – Nós -, o Livre, não passa de partido que antes de o ser já o era. Uma espécie de escopro, forjado em molde, nas fundições do Largo do Rato. É com este escopro na mão, que à martelada, António Costa pretende abrir fissuras na Esquerda em Portugal e esboroar o eleitorado tradicional do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português. António Costa e o Partido Socialista, que já acertaram com o Livre, um x números de Secretários de Estado, porventura Ministros, caso o Livre consiga obter representação parlamentar, sem ter de apresentar programa e pretende que a Esquerda que tem responsabilidades com o seu eleitorado siga o exemplo.

A abertura à Esquerda de António Costa, não passou de um piropo de ocasião. No fundo, sabe que o seu famigerado programa de governo não contempla soluções de fundo para a resolução dos problemas reais do País. O PS sabe que governará numa coligação encenada, na espectativa de ser um Cônsul do Império Germânico, mais amigo, mais próximo e simpático que o seu antecessor.

A luz ao fundo do túnel, o programa de base da Esquerda é a insubmissão à Europa, não pagar a totalidade da dívida, cunhar nova divisa, valorizá-la e desvalorizá-la sempre que for necessário, nacionalizar a banca, os recursos naturais e energéticos do País. É deste programa que António Costa nem quer ouvir falar. Porque todos nós sabemos qual será a primeira medida do empossado, apanhar um avião para ir a Berlim e beijar a mão da Imperatriz do Império Germânico. E para esse peditório a Esquerda alternativa em Portugal nunca deu.


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