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troikarua 3Portugal - Esquerda - Ao contrário da propaganda do Governo, em maio de 2014, com a conclusão formal do programa de assistência financeira, a troika não abandona definitivamente o país. Sem desobedecer, as regras das instituições europeias impõem que Portugal seja tutelado até 2037.


As regras da União Europeia obrigam que um país, que tenha estado sob intervenção da troika, seja alvo de vigilância financeira até ao reembolso de pelo menos 75% do valor do empréstimo, existindo “visitas” das autoridades de Bruxelas e Frankfurt duas vezes ao ano, seja qual for a forma de “saída do programa”: com ou sem programa cautelar.

Segundo o calendário de reembolsos da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, IGCP, isso só deverá acontecer daqui a 23 anos, ou seja em 2037, caso Portugal continue na rota do bom aluno das políticas de austeridade e não se imponha perante os ditames da União Europeia.  

Por seu lado, o FMI tem as suas próprias regras, sujeitando os países à sua tutela até que a dívida por pagar seja inferior a 200% da respetiva quota. No caso português, o Fundo Monetário Internacional prevê fazer missões semestrais até 2021, altura em que a dívida por pagar deverá rondar os 2,30 mil milhões de euros, considerando novamente o calendário de pagamentos do IGCP.  

A troika interveio em Portugal em março de 2011. Desde então, o desemprego e a dívida pública aumentaram radicalmente e a economia somou três anos consecutivos de recessão.

O esquerda.net publica a evolução de alguns dos principais indicadores macroeconómicos e de finanças públicas, que demonstram de forma elucidativa os rastos de destruição provocados pelo programa de assistência financeira:

Produto Interno Bruto

Em 2011, a economia portuguesa contraiu 1,6%, uma recessão que se agravou no ano seguinte, para os -3,2%. Em 2013, o terceiro ano consecutivo de contração do PIB, a economia caiu 1,4%.

Desemprego

Em 2011, o desemprego atingia 706,1 mil pessoas, o equivalente a 12,7% da população ativa. Dois anos depois, havia em Portugal quase mais 170 mil pessoas desempregadas, traduzindo-se numa taxa de desemprego de 16,3%.

Estas taxas foram ainda mais elevadas entre os jovens dos 15 aos 24 anos, atingindo os 30% em 2011 e os 37,7% em 2013. Ou seja, em 2013, havia 147,6 mil desempregados nesta faixa etária, mais 14,1 mil do que em 2011.

Também o desemprego de longa duração (mais de 12 meses) aumentou neste período, atingindo 374,9 mil pessoas em 2011 e 543,5 mil pessoas em 2013, o que se traduziu em taxas de 6,8% e 10,1%, respetivamente.
As previsões mais recentes, revistas na 11.ª avaliação da 'troika' ao Plano de Assistência Económica e Financeira indicam que, em 2014, a taxa de desemprego deverá cair apenas para os 15,7%.

Dívida pública

 O rácio da dívida pública sobre o PIB ainda não inverteu a trajetória e continuou a subir nos últimos três anos, tendo passado dos 108,2% em 2011 para os 129% em 2013, de acordo com números do Instituto Nacional de Estatística.

A dívida pública ascendeu aos 213.630,7 milhões de euros em 2013, mais 8.771 milhões de euros do que em 2012, o primeiro ano em que o valor da dívida pública portuguesa ultrapassou os 200 milhões de euros.

As previsões para este ano apontam para o início da inversão desta tendência, antecipando-se que a dívida pública termine o ano nos 126,6% do PIB, o que ainda é mais do dobro permitido no Tratado Orçamental (60% do PIB).

Défice orçamental

Em 2011, o défice orçamental atingiu os 4,3% do PIB (valor que seria superior a 7,5% sem receitas extraordinárias), tendo passado para os 6,4% no ano seguinte. Em 2013, o défice orçamental fixou-se nos 4,9%, segundo a primeira notificação do ano enviada pelo INE a Bruxelas ao abrigo do Procedimento dos Défices Excessivos.

O Governo e a 'troika' acordaram que, este ano, o défice deverá recuar para os 4% do PIB, ainda acima dos 3% de referência no Tratado Orçamental.

De acordo com as previsões mais recentes, só em 2015 é que Portugal deverá conseguir levar o défice para um valor inferior, para os 2,5%.


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