Neste filme de 2000, da atriz portuguesa e diretora iniciante, Maria de Medeiros, retrata o levante empreendido, em abril de 74, por jovens militares de baixa patente, contra as guerras colonialistas de Portugal e a ditadura fascista de Salazar é mostrado com lances quixotescos que deixam o filme bastante leve.
O filme ressalta como os jovens soldados estavam pressionados pela intelectualidade local e insatisfeitos com a condição de soldados colonialistas. Em determinado momento, o líder do movimento que iniciou a derrubada de Salazar diz: "Todos nós sabemos que existem vários tipos de Estado: os Estados liberais, os Estados social-democratas, os socialistas etc. Mas nenhum deles é pior do que o estado a que aqui se chegou (risos). Acho que é preciso acabar com ele. Quem vem comigo?".
O filme de Maria de Medeiros trata especificamente do momento inicial da revolução. A própria diretora também atua no longa metragem fazendo o papel de uma professora de esquerda que é casa com um militar e irmã de um ministro do ditador Salazar. A relação conflitante entre ela e o marido militar permite uma discussão sobre os bastidores do golpe e a crise regime.