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fl 2 cinemaPortugal - Esquerda - Fernando Marques Lopes faleceu esta quarta feira, aos 76 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, onde estaria internado. O cineasta deixou um incontornável legado ao cinena português, de que era referência. O corpo de Fernando Lopes será velado a partir de quinta-feira, às 18h, na Biblioteca Municipal Central, no Palácio das Galveias, ao Campo Pequeno, em Lisboa.


Em 1957, Fernando Lopes entra para os quadros técnicos da então inaugurada Rádio e Televisão de Portugal (RTP).

Após ter obtido um diploma em Realização de Cinema na London Film School, em Inglaterra, realiza Belarmino (1964), uma média-metragem sobre a vida do pugilista Belarmino Fragoso, considerada obra-chave no movimento do Novo Cinema português.

Em 1971, e já após ter completado um breve estágio de 3 meses em Hollywood, assina o filme Uma Abelha na Chuva (1971), uma adaptação do romance de Carlos de Oliveira, protagonizado por Laura Soveral e João Guedes, que, a par de Belarmino e, posteriormente, O Delfim (2002), é considerada uma das obras mais expressivas do seu curriculo.

O Delfim, que foi candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, nasceu da obra de José Cardoso Pires, sendo que o seu argumento foi escrito por Vasco Pulido Valente. Quando estreou no cinema, Fernando Marques Lopes terá afirmado que este filme foi “sobretudo um prodigioso pretexto cinematográfico para entender paixões e emoções, misérias e grandezas de um Portugal agonizante, em plena guerra colonial e com o seu ditador (Salazar) a morrer lentamente, como o país”.

Na década de 80, Fernando Lopes foi ainda co-fundador e director da RTP2 e deu aulas na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa aos alunos do Curso de Cinema.

Apesar dos seus problemas de saúde, Fernando Lopes continuou sempre a trabalhar. Os seus mais recentes filmes são: Lá Fora (2004), 98 Octanas (2006), Os Sorrisos do Destino (2009), que terá sido o seu primeiro filme em formato digital, e Em Câmara Lenta (2012), que chegou ao cinema em março passado.

O seu trabalho foi, por diversas vezes, distinguido e premiado. O cineasta foi condecorado pelo Governo francês com a Ordem do Mérito Artístico e pelo então Presidente da República Mário Soares com a Ordem do Infante D. Henrique pelo contributo dado ao cinema.

Recentemente, o Público terá pedido a dez personalidades da cultura para escolher os dez filmes nacionais que devem vir a integrar o Plano Nacional do Cinema (PNC). Fernando Lopes foi o realizador com mais menções, logo atrás de Manoel de Oliveira.

São já várias as reacções à morte de Fernando Lopes

O realizador de rádio e ator Rui Morison afirmou à Lusa que “o cinema de Fernando Lopes era o cinema dos afetos” e salientou que o realizador “deu uma dimensão ética ao cinema português”.

O realizador António-Pedro Vasconcelos frisou, por sua vez, que Fernando Lopes foi “um homem de consensos a quem o novo cinema português deve muito”, apontando o documentário “Belarmino” como “o melhor filme feito em Portugal e em qualquer parte sobre uma personagem".

O jornalista Vicente Jorge Silva defendeu que "O Delfim", adaptação do romance homónimo de José Cardoso Pires, é “o mais completo filme de Fernando Lopes" e "a melhor adaptação de uma obra literária ao cinema em Portugal”.

Para o realizador Alberto Seixas Santos, Fernando Lopes foi "um dos maiores montadores e, como realizador, alguém que esteve sempre no cruzamento das várias decisões que se foram tomando sobre o que era melhor para o cinema português".

O ator Rogério Samora evocou-o como "um homem de cinema, da luz, da montagem” a quem o cinema “corria nas veias”. “Ele sabia o que queria fazer sem se importar com o que diziam”, adiantou ainda o ator.

Jorge Wemans, atual diretor da RTP2, destacou a “novidade absoluta" dos filmes de Fernando Lopes, enquanto Miguel Valverde, diretor do Festival IndieLisboa 2012, sublinhou que este "pertenceu a um grupo de realizadores que, nos anos 1960, teve a coragem de mudar o cinema português".

"Nunca julgava as personagens nos filmes, mesmo que estas mostrassem as suas limitações ou procedessem mal, e acho que isso vem desse lado da personalidade dele tão generosa com as outras pessoas", lembrou Miguel Gomes, realizador de Tabu.

Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura, considera que Fernando Lopes “estará sempre entre os melhores dos melhores da história do cinema em Portugal”.

Para o fundador do Fantasporto, Mário Dorminsky, o realizador era um dos responsáveis pela revolução do cinema nacional na década de 1960 e um dos maiores nomes da Sétima Arte em Portugal.

 


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