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fogo florestalx450Portugal - MAS - [Rui Barbosa] Em Maio de 2014, o Presidente da Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza mostrava-se muito preocupado com a redução das equipas de vigilância e de primeira intervenção dos fogos florestais nas áreas protegidas nacionais.


De facto, todos os anos Portugal sofre a sina dos incêndios florestais. Parece algo de inevitável em cada Verão, vemos as nossas florestas e as nossas áreas protegidas dizimadas pelos incêndios que muitos tentam explicar, mas para os quais pouco se faz para evitar.

Num país a saque pelas medidas da troika poderíamos esperar que um dos nossos maiores tesouros passasse ao lado deste turbilhão? É claro que poderíamos, mas estaríamos a ser tão inocentes que mais valia nem tentar analisar o que estará por detrás de tudo isto.

A presença da troika em Portugal levou à tomada de decisões absurdas e criminosas para o país, deixando um legado de destruição para as gerações futuras. Se todos os anos vemos a nossa floresta ser decapitada pelos fogos florestais, seria consequente que o governo viesse a investir na sua protecção. O meio ambiente e a Natureza são o legado que deixamos para as gerações futuras, porém este governo não pensa assim.

Para 2014 o Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) tem menos 32 equipas e menos 163 elementos de vigilância de primeira intervenção em incêndios nas áreas protegidas. Estes são os números que surgem em contra ciclo com o que seria de esperar por parte de uma governação que se interessasse na realidade pela preservação da Natureza, pois em 2011, 2012 e 2013, só para as áreas protegidas (e não tendo em conta as matas nacionais) o ICNF indicou 58 equipas e 238 elementos, incluindo sapadores florestais. Os meios alocados em 2014 directamente àqueles espaços são 26 equipas e 75 vigilantes da natureza (não há elementos sapadores), isto é menos 32 equipas e 163 operacionais.

Os recursos do país são direccionados a cobrir uma dívida que não foi contraída em nome dos portugueses, mas sim para salvar a banca, suportar as PPP e os negócios milionários que nos levaram à ruína.

No entanto, estes números não podem ser vistos de uma forma ligeira. O nosso primeiro e único parque nacional foi fundado em 1971 e desde então tem surgido várias áreas protegidas em todo o país. Portugal conta com 44 áreas protegidas com diversos tipos de classificações, mas actualmente somente existem 120 vigilantes da natureza, responsáveis pela vigilância, fiscalização e monitorização das espécies, sendo os mesmos que no Verão são também responsáveis pela primeira intervenção em incêndios florestais. E esta intervenção não se limita á área exclusiva dessas zonas protegidas!

A política dos últimos governos tem consistido na diminuição do número de vigilantes da natureza. De facto, há muito que a rede de casas florestais que serviam de abrigo e residência aos antigos Guardas Florestais está deitada ao abandono, com os edifícios degradados, vandalizados e em ruínas.

No entanto, o governo não hesita em deitar mão de desempregados e de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, sem qualquer formação, para vigiar as nossas florestas. Nesta época é sempre uma ajuda para… baixar as estatísticas do desemprego!

É legítimo perguntar porque é que o Estado tem sempre desinvestido nos meios de combate aos fogos florestais? Sendo um país que todos os anos sofre este flagelo, não seria óbvia a criação de um corpo especial de combate aos fogos florestais? Não seria útil dotar a nossa Força Aérea dos meios capazes de ajudar neste combate em vez de se gastar enormes quantidades de dinheiro no aluguer de meios para esse combate? O que está por detrás disto e que condicionantes impedem que este combate seja eficaz?

Este exemplo do desinvestimento na protecção da Natureza e na redução dos efectivos para a vigilância florestal é a ponta de um iceberg que representa os problemas originados por este capitalismo selvagem onde os mais variados atentados ambientais passam impunes ou então com multas irrisórias para as grandes empresas.

Este capitalismo arrasta-nos a todos para a barbárie através de profundas crises que se exibem não só no campo político e social, mas também noutras áreas que nos afectam directamente como espécie que se quer num planeta sustentável.


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