A associação ambientalista Quercus diz que a versão final apresentada pela Câmara de Benavente para a revisão do seu Plano Diretor Municipal contém "propostas de alteração de uso do solo incompatíveis com os objectivos de conservação do património florestal e os compromissos europeus em matéria de conservação da biodiversidade".

Em causa estão cerca de nove mil hectares de terrenos em Samora Correia. "A maioria é ocupada por povoamentos de sobreiros protegidos, integrando também a Reserva Ecológica Nacional e, parcialmente, a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (Rede Natural 2000)", acrescenta a Quercus em comunicado.

A associação recorda que nas propostas de revisão do Plano Director Municipal (PDM) em 2007 estava previsto o alargamento dos terrenos incorporados na Reserva Natural do Estuário do Tejo e da Zona de Protecção Especial em terrenos da Companhia das Lezírias, com vista à criação do Parque Natural do Estuário e Vale do Tejo.

A Companhia das Lezírias é a maior exploração agro-pecuária e florestal do país, que o Governo pretende agora concessionar a privados, à semelhança do Oceanário de Lisboa. A Quercus considera esta medida "preocupante" e defende que tanto a Companhia das Lezírias como "os terrenos sob sua gestão, devem permanecer na esfera do Estado, em termos que lhe permitam assegurar e garantir a prossecução do interesse público e a defesa dos valores naturais e patrimoniais que alberga".