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Carlos Garcia Seoane

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Assembleias na rua

Carlos Garcia Seoane - Publicado: Quarta, 25 Mai 2011 13:07

Carlos Garcia Seoane

Há uns dias pretendia achegar umha caracterizaçom das mobilizaçons convocadas polas sucursais galegas da plataforma de ámbito estatal Democracia Real Ya ante as numerosas dúvidas e receios que criava nos nossos círculos militantes mais próximos umha iniciativa destas características, tentando criar o necessário confronto de ideias ante umha situaçom que semelhava colher por surpresa a boa parte da esquerda nacional.


Pode-se avaliar que a polémica nom deixou indiferente à maioria dos sectores da esquerda galega e fôrom-se estabelecendo mais ideias a pôr em questom na medida que se iam desenvolvendo uns novos acontecimentos que derivárom das mobilizaçons convocadas em 15 de Maio por DRY, se bem estas concentraçons em forma de acampadas em praças referenciais de determinadas localidades nom eram organizadas por esta plataforma senom que correspondiam à própria espontaneidade do movimento gerado. Ante a evoluiçom dos acontecimentos, com a introduçom de novos matizes, vejo-me obrigado a volver intervir para irmos pulindo a análise inicial realizada.

É evidente que há que analisar de maneira positiva a posta em cena de novos elementos que lográrom introduzir-se de cheio na campanha eleitoral dos grandes partidos políticos do sistema, incluso modulando o seu discurso, para nos dias prévios à jornada de 22M se decidira desobedecer com concentraçons de rua a proibiçom declarada polo todo-poderoso Tribunal Supremo. O facto da desobediência na rua supom umha transgressom da aparente normalidade democrática espanhola que, sem dúvida, deve ser reconhecido.

Além disto, umha das novidades mais salientáveis do movimento de protestos gerado em 15 de Maio foi a criaçom de assembleias na rua nas quais qualquer pessoa pode colher um microfone e expressar por um altifalante o seu descontentamento ante o infame estado de cousas actual, situaçom até agora nada usual num espaço tam significativo e desafiante para o sistema como é a própria rua. Mas como analisávamos em primeira instáncia pudemos observar como eram pessoas adscritas a sectores sociais muito prejudicados pola crise sistémica do Capital (pequena burguesia que ficou na ruína, funcionariado, o estudantado hiper-formado com infinidade de másters às suas costas, etc.) quem tomavam em primeiro termo a palavra publicamente, ante o temor que se ergue sobre as suas cabeças da precarizaçom das suas condiçons de vida. Esta visom da génese do movimento deve ser interiorizada e compreendida pola militáncia revolucionária com a finalidade de podermos estabelecer umha intervençom planificada e ordenada para lograrmos nom esquecer os objectivos estratégicos aos quais nos devemos.

Fôrom transcorrendo os dias após as mobilizaçons do 15M e originou-se umha explosom de opinions entre a militáncia da esquerda nacional a respeito de como intervirmos ante esta nova realidade. Podemos afirmar que as críticas expostas dérom os seus resultados e as desqualificaçons tam freqüentes noutras ocasions pola rede pareciam ficar à margem em troca dum debate aberto e plural. Semelhava existir um consenso ante a necessidade de articularmos umha visom nidiamente nacional a todo este movimento gerado com o objectivo de afastarmo-nos do espanholismo discursivo subjazente. Mas no que realmente nom se coincidia era na crítica a umha suposta pretensa inacçom ou intençom desmoblizadora pola nossa parte ao transmitir umha análise com um mínimo de rigor como a que se realizou um dia depois da manifestaçom de DRY. Ao contrário! Que mais quigermos nós que ver moblizado o povo contra a sua condiçom de dominado e oprimido! Mas a nossa intençom foi a de mostrar intransigência revolucionária ante os primeiros passos dum novo movimento, para alertar de que o movimento nom fique debaixo da direcçom da pequena burguesia, por muitas boas intençons que ela tiver. Era o nosso dever mostrar algumha claridom entre as espesas névoas que cobria a massa mobilizada, e acho que algo descobrimos.

Nom devemos desprezar esta batalha de ideias, ainda que o rio revolto nos colha por surpresa como militáncia rebelde, porque pescar nele pode ser muito fácil e oportuno mas saber quais som as características do rio ou termos claro cara a onde vai desembocar o rio som premisas fundamentais para luitar contra a ideologizaçom burguesa do movimento, que é a mais elaborada e estendida polos diferentes meios de dominaçom e opressom.

As assembleias na rua de seguro que nos abre muitas portas para reclamarmos com força a independência política do nosso discurso nacional, de classe e feminista com o objectivo de começarmos a influir na "consciência para si" d@s oprimid@s e explorad@s desta terra. Nom estamos ante umha revolta, nem muito menos umha revoluçom, mas sim se podem estar sentando as bases da organizaçom do descontentamento popular que provoca este inumano sistema chamado capitalismo.

Nós nom temos dúvida em tomar a rua porque consideramos esta como o nosso principal espaço político de intervençom. É na rua onde sabemos mover-nos como peixes na água, onde expressamos o nosso pensamento rebelde para lograrmos agitar o povo das suas cadeias. A dia de hoje seremos poucos os peixes rebulindo contracorrente entre outros muitos, mas de nós depende conseguir que outros peixes adiram a nós para fazer muita mais força e podermos chegar a bom porto.

Fonte: Primeira Linha.


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