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Joám Lopes

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O Vietname vive

Joám Lopes - Publicado: Terça, 28 Abril 2015 21:12

Há quarenta anos, exatamente a 30 de abril de 1975, caía a cidade de Saigom e, com ela, o regime fantoche do Vietname do Sul.


Duas imagens dérom a volta ao mundo; a embaixada estado-unidense evacuada às pressas com helicópteros e o tanque 844 entrando no palácio presidencial, depois de derrubar o valado, com a bandeira da Frente de Libertaçom Nacional ao ar (a do Vietcong para os EUA). Concluía assim a guerra dos dez mil dias.

O Vietname proclamara a sua independência em 2 de setembro de 1945. O presidente Ho-Chi-Minh manifestara a sua intençom de viver em paz e harmonia com o resto dos países do planeta. Também com a antiga potência colonizadora, a França e, com certeza, com os Estados Unidos, país ao qual os unia a luita comum contra o império japonês. A visom profundamente reacionária e supremacista das potências ocidentais nom o fijo possível.

Nascido Nguyen Sung Cung, autonomeado Nguyen Ai Quoc (Nguyen o patriota) e chamado polo seu povo e a história Ho-Chi-Minh (O que ilumina) este grande homem do século XX abraçou o marxismo na mesma metrópole francesa, da mao do PCF, mas e sobretudo foi sempre um grande patriota vietnamita, lider do Vietminh, a frente para a independência e do Partido Comunista de Vietnám. Herdeiro dumha tradiçom milenar, humilde, resistente, trabalhador dos mais variados ofícios, amante e amado do seu povo. Ele forjou a vitória junto a outros homes coma Giap, Van Tien Dung, Van Dong, e também mulheres como Va Thi Mo, chefa do batalhom C3 do Vietcong formado só por mulheres ou Vo Thi Thang, a do sorriso da vitória, longamente torturada e sempre desafiante, morta recentemente.

O povo vietnamita pagou enormemente em sangue e sofrimento a vitória sobre estes dous impérios ocidentais, mais de três milhons de pessoas morrêrom, incontáveis feridas, torturadas, espancadas, nenos e nenas malformados polas armas químicas.

França primeiro e os EUA depois, cometêrom o erro de desprezar um inimigo mais pequeno, mais pobre, menos forte militarmente, porém decidido a luitar até o fim pola sua independência e liberdade. Dien- Bien-Phu significou a derrota para França e deu passagem aos acordos de Genebra, nom respeitados polos americanos. A própria CIA avaliava que deixar os vietnamitas votarem livremente significava umha vitória esmagadora do carisma e liderança do Tio Ho, tanto no Tonkin como no Annam ou a Cochinchina, as três regions históricas do país. Nom se podia, pois, permitir a reunificaçom. A estúpida e colonial teoria do dominó tiunfou e criou-se no Sul um regime fantoche e enormemente corrupto. Os Estados Unidos que, sob a liderança de Roosevelt forjaram na II Guerra Mundial um emorme prestígio, enlamárom-se numha guerra suja, cruel e criminal, como o Tribunal Russel ditaminou. O napalm, o bombardeio sistemático para fazer voltar o país à época de pedra, o agente laranja para envenenar o mato e a vida humana, tudo valeu e nada chegou. Ao fim a guerra, como um regueiro de horror e maldade estendeu-se por toda Indochina. Os norte-americanos botárom mao dos seus aliados, Tailândia, Filipinas, Austrália, Reino Unido... a Espanha franquista cooperou com um contingente médico militar. Vietname do Norte e o Vietcong contárom com a ajuda (nunca de forças de combate, que nom aceitárom), da URSS, China, Cuba e outros países socialistas, assim como a de países asiáticos e africanos, coma a Índia ou Argélia. Tivo grande importância o apoio dos movimentos progressistas e pacifistas em ocidente, que também tivérom os seus mortos, reconhecidos e agradecidos polo Vietname.

EUA perdeu a sua primeira guerra e ficou com a maioria da sua populaçom envergonhada e anojada com os seus dirigentes, com Johnson e Nixon à cabeça. Ho-Chi-Minh já avisara: “A raiz torna a árvore sólida. Nom há nada mais valioso que a liberdade e a independência. O palácio de toda vitória constrói-se sobre o povo. Por cada dez dos nossos que matedes, nós mataremos um dos vossos, ao fim cansaredes antes. Poderemos perder a batalha, mas só ao perder o riso conheceremos a derrota.” Som muito mais do que frases ditas. Som a alma do povo viet. Tivem o privilégio de falar com sobreviventes da guerra, combatentes ou nom. Nom gostam muito de lembrar a dor, o horror e, curiosamente, nom odeiam os americanos. Só um exemplo para conhecermos este povo. Um amigo contava-me os bombardeios dos B-52. Para se protegerem, cavavam um buraco no meio das suas casinhas quase de papel, ali ficava toda a família e os animais de estimaçom, se a bomba cair acima adeus familia Nguyen, mais se a bomba cair ao lado, os vizinhos corriam para tirar de baixo dos entulhos a família. Entom grande festa e grande alegria, a família Nguyen estava viva mais um dia. Unidade, unidade, grande vitória!

Hoje o Vietname é um povo livre e independente, que constrói o seu futuro em paz. Em 1986, o Doi Moi, a renovaçom, principiou mudanças que continuam. O Vietname está a mudar muitas cousas, na economia, na sociedade, na política, mas umha cousa está clara: só o povo vietnamita é dono do seu futuro e ninguém mais.

Em julho, umha delegaçom da “Asociación Galiza-Vietname” visitará o país. Estamos abertos a que nos acompanhedes, a distáncia fai com que nom seja umha viagem barata, mais com certeza vale a pena. Aprender sempre é bom, muito mais deste povo tam entranhável e carinhoso. Dous velhos povos nos extremos do grande continente euroasiático, velhinhos, humildes e solidários com todas e todos.


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