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José Borralho

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Desassossegar

O movimento operário não tem voz própria

José Borralho - Publicado: Quinta, 23 Abril 2015 00:00

Vivemos um período da existência do movimento operário que poderemos considerar de verdadeira confusão e de maré baixa, de falta de combatividade e descrença nas próprias forças.


Para este estado, muito tem contribuído a ofensiva do capital, acentuada com a sua crise, que o leva a retirar direitos laborais e a precarizar toda a vida dos trabalhadores lançando milhões no desemprego.

Também têm contribuído outros dois factores objectivos que se prendem com a diminuíção numérica da classe operária e a ascensão de muitos elementos que aumentaram nas empresas a aristocracia operária, sobretudo jovem,-quer por factores subjectivos,-o economicismo que reduz a luta operária às reivindicações de carácter imediato, impedindo um real confronto de classe, e a elevação da sua consciência enquanto classe com um projecto de futuro alternativo ao capitalismo.

A frustração com os diversos "socialismos", e em particular com o socialismo -dito soviético- regime que o partido com maior influência operária lhes fez acreditar como "socialista", (e que se revelou um embuste capitalista de estado em que a classe capitalista se desenvolveu e floresceu), e por consequência a ausência de um objectivo estratégico mobilizador, o que significa a aceitação da democracia burguesa capitalista, mascarada de avançada ou participada.

O marxismo parece completamente ausente e eclipsado do movimento operário.

O movimento operário, na ausência de política própria para a sua classe, vive perdido, arrastado pelos interesses e pela política da pequena burguesia que sonha chegar ao poder pela via eleitoral, para defender os seus privilégios e provar que ela é que sabe tratar dos negócios e da economia, idealizando um mundo onde patrões e trabalhadores vivam harmoniosamente sem os excessos do capital financeiro.

O verdadeiro drama para a classe operária e para todo o proletariado, é que a profunda e irreverssível crise do sistema capitalista vai-se arrastando, mergulhando as classes trabalhadoras em miséria e caos, o imperialismo avança com soluções ofensivas de guerra, em vários países, a descrença nas políticas moderadas da "esquerda", vão empurrando muitos trabalhadores para a direita e para a extrema- direita, ou segue o mal menor que representam os novos movimentos do tipo -Podemos ou Syriza-que, embora representando uma deslocação à esquerda,- como a vida está a mostrar, não são verdadeira alternativa ao sistema de exploração, ficando-se nas propostas de melhoramento da democracia e na luta contra os excessos do capitalismo.

Parece estar na hora de a classe operária, os seus elementos mais avançados, e todo o proletariado, tomarem em mãos a terefa enorme de construir uma alternativa ao capitalismo, mandar às malvas as soluções e a tutela da pequena burguesia, e reavivar a esperança de que é possível acabar com a insegurança, com o parasitismo, e com a barbárie do capital.

É neste sentido que o documento Enfrentar a Crise-Lutar Pelo Socialismo, subscrito por vários activistas comunistas e entre eles eu próprio, representa um pequeno mas decisivo passo, para responder aos problemas da crise actual, podendo constituir a base para uma Plataforma de debate e de união de comunistas e do reavivar de um projecto para elevar a consciência operária.


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