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José Borralho

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Desassossegar

A luta diária tem um objectivo: a conquista do poder

José Borralho - Publicado: Domingo, 01 Março 2015 14:52

A prática é absolutamente necessária a todos os militantes que se empenham numa causa popular e ainda mais àqueles que se reivindicam de marxistas. Mas sem a teoria a dar consistência a essa prática, não vão longe; ficam para sempre enredados na reivindicação no quadro do sistema capitalista.


O mesmo se aplica aos que reclamam ser "anti-sectários", sempre a levantar a bandeira da abertura às diversas classes, confundindo-se com elas, perdendo-se nelas, fundindo-se com elas numa degeneração reformista. Em nome do anti-sectarismo acabou por se abandonar a perspectiva comunista de conduzir o proletariado na via da revolução social e da tomada do poder político.

O que corrompeu a luta dos comunistas pelo poder, desde os anos 30 do século XX, foi a fusão de interesses entre o proletariado e a pequena burguesia.

Nos tempos que correm — em que, com o desenvolvimento do capitalismo, são maiores as dependências e interligações das classes burguesas de cada país ao imperialismo, e em que sobressai com maior evidência a contradição trabalho-capital — com mais acutilância se coloca a ligação da teoria com a prática. A actual luta anti-sectária reduziu a esquerda a uma inócua luta pelos ideais democráticos comuns à maioria do povo, a desprezar e abandonar a luta do proletariado pelo fim do capitalismo.

Concretizando: devem os marxistas apoiar as posições do governo grego contra a austeridade? Sim, sem dúvida. E devem fazê-lo apesar de saberem que esta é uma luta parcial e por isso mesmo não a desligam nunca da perspectiva de ganhar as massas para a ruptura com o capitalismo, e por isso não se fundem com as reformas em curso.

Devem os marxistas participar na luta contra a privatização de uma empresa? Sim, claro, mas sempre com a perspectiva da defesa dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores. Aliás, a defesa do capital nacional e da manutenção do sector empresarial do Estado tem sido desde sempre uma luta do movimento sindical, e os êxitos dessa perspectiva de luta nacional estão à vista; essas empresas estão todas entregues ao capital estrangeiro. Portanto: a luta é entre o trabalho e o capital, seja nacional seja estrangeiro.

Devem os marxistas meter-se pelos caminhos ínvios da renegociação da dívida do país, ou devem exigir que seja o capital a pagar a dívida através de impostos e da taxação das suas fortunas?

Devem os marxistas defender a todo o custo o crescimento da economia, ou devem erguer as reivindicações do trabalho?

Devem os marxistas combater todo o capitalismo, e com o proletariado levantar as reivindicações económicas, políticas, anti-imperialistas e populares, ou devem defender as micro, pequenas e médias empresas tratando estas classes como aliados?

A pressão da luta de classes vai-se agudizando e é natural que alguns activistas se sintam confusos; e nessa situação é mais fácil refugiar-se nalguma pequena prática, (sempre necessária), mandando esperar a teoria.

Estamos numa crise profunda e crónica do capitalismo. O seu arrastamento está a tornar o mundo insustentável. O capitalismo mostra-se sem capacidade de satisfazer as reivindicações proletárias e populares. É este o quadro que a luta de massas hoje enfrenta e não pode ignorar.

Fonte: Mudar de Vida.


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