É o caso dos agentes do DOPS que invadiram o Teatro Municipal de São Paulo durante apresentação da peça "Electra". Queriam prender o autor da obra, considerada subversiva. Era Sófocles, falecido em 406 a.C..
50 anos depois, episódios semelhantes envolvem a prisão de militantes políticos e manifestantes. Em um dos inquéritos aparece como suspeito o anarquista russo Mikhail Bakunin, morto em 1876.
Entre as evidências incriminadoras encontradas nas casas dos ativistas presos, estariam, por exemplo, uma bandana da banda Nirvana, camisetas com caveiras e casacos camuflados. Panfletos do movimento "Não vai ter Copa", edições das revistas "Carta Capital" e "História Viva" e agendas contendo telefones de parlamentares do PSOL também aparecem como provas.
Até um caderno com a Galinha Pintadinha na capa foi apreendido. Aparecia nele o número do celular do delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone.
Tal como na Ditadura, o ridículo das autoridades não alivia o peso de seus crimes. São as prisões ilegais, a tortura e, no caso dos pobres e pretos, também as execuções.
Enquanto isso, o Exército anuncia que está "remodelando" seu centro de inteligência. O objetivo? Monitorar os movimentos sociais.
Já não vivemos em um Estado de Exceção. Mas os excessos autoritários do Estado nunca cessaram e ameaçam tornar-se regra novamente.
É o Festival de Autoritarismo que Arrasa o País. Com enorme apoio da imprensa e generoso patrocínio dos governos.