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Eva Cortinhas

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Jovens com classe

A “legítima violência” que nunca se legitima

Eva Cortinhas - Publicado: Sexta, 07 Março 2014 09:24

Forte foi a polémica que se desatou após a última greve estudantil galega do passado 20 de fevereiro, e para quem ainda nom saiba dela, já lhe avanço que nom, que as causas nom fôrom a detençom e identificaçom arbitrária de centenas de jovens, nem a infiltraçom de agentes policiais à paisana dentro das manifestaçons para perseguir a combatividade estudantil e nem tam sequer a criminosa retirada por parte da polícia espanhola de bandeiras da pátria.


A polémica de que estamos a falar veu desatada pola implementaçom de formas de luita mais combativas que o formato de manifestaçom “pacífica” ao que estamos tristemente habituadas. E nom, essa polémica tampouco foi promovida e potenciada só por parte da imprensa burguesa, como caberia esperar, mas tivo como principais protagonistas àquelas/es que fam parte de projetos políticos que dim aspirar a liderar um processo de emancipaçom nacional e social da Galiza.

Desde as críticas por nom “adaptar-nos ao momento nem ao contexto” até as que continuam imóveis e repetitivas apelando à “manifestaçom pacífica”, fôrom diversas as fórmulas que pudemos ouvir ou ler, mas mui unánime a mensagem transmitida: a combatividade está fora de lugar, e de nom está-lo, este nom era o momento… e tampouco o contexto. Porém, afirmam, nom criminalizam o estudantado que pujo em prática esses métodos de intervençom, apenas o acusam de conformar umha minoria violenta, infantilista, cheia de testosterona e individualista que com a sua “fascinaçom” pola violência deslustrou um sucesso de convocatória de greve.

Ficando pois clara a inexistência de qualquer tentativa de “criminalizaçom” contra aqueles setores do estudantado mais combativo, cumpre que quem sim acreditamos na adequaçom das polémicas práticas ao contexto concreto da situaçom concreta, valoremos um par de importantes questons.

A primeira delas é a automática teima de considerar “minorias” a quem intervém dum modo distinto ao desejado e promovido por umha determinada organizaçom. O facto de que se considere inapropriado desenvolver dinámicas que se extralimitam timidamente por fora das estreitas margens que impom a burguesia, nom devera impedir a capacidade para reconhecer umha realidade que é facilmente constatável e que se assuma o coerente e responsável papel de nom agir como cúmplice da imprensa sistémica, ajudando a esta na sua tarefa de manipulaçom.

O certo é que temos a sorte de contar com amplo material gráfico e audiovisual que mostra às claras como nom podemos falar de minorias comparando a quantidade de jovens participantes das modalidades de protesto mais conseqüente com a totalidade do estudantado manifestante. E também se mostra às claras, como entre esses setores de estudantes, há umha elevada percentagem de mulheres que demonstram que a combatividade nom é consequência duns maiores níveis de testosterona e que a violência nom é biologicamente consubstancial ao homem.

E esta tergiversaçom dos factos engancha com a segunda questom que quigera abordar. Estamos de acordo em que é umha tarefa fundamental por parte das e dos que nos auto-proclamamos revolucionárias, fazer um correto diagnóstico da realidade que pretendemos transformar. Evidentemente as interpretaçons podem ser mui diversas, mas se nom tiramos os óculos de veludo que nos impedem ver a predisposiçom para a luita de importantes setores de juventude galega de extraçom popular, temos alta probabilidade de fazer umha interpretaçom errada. E nom só isso, senom que também teremos umha alta probabilidade de dar umha resposta incorreta às tendências observadas. E neste ponto sim considero um importante erro que forças políticas e entidades juvenis e estudantis enquadradas em projetos que se auto-definem emancipatórios, mostrem tanta preocupaçom em elaborar argumentaçom que deslegitime métodos de intervençom mais combativos dos habitualmente utilizados, e contribuam para servir de muro de contençom da crescente rebeldia juvenil.

E nom só rebeldia juvenil, mas rebeldia inicialmente bem focada, e que quem desde o trabalho de base, quem também assistimos a assembleias, colagens e repartos, e fazemos parte consciente e comprometidamente dum projeto revolucionário de emancipaçom nacional e social de género, devemos contribuir a dirigir certeiramente contra o nosso inimigo comum.

E remato aqui lembrando Lenine quando alertava dos problemas que supom que um partido revolucionário esteja atrasado em relaçom com o ascenso das massas, que se revele incapacitado e “pouco preparado para cumprir as gigantescas tarefas” tanto no plano teórico como no prático que nesses intres som tam necessárias para organizar o espontaneismo e encaminhá-lo à tomada do poder.

Nom podemos nem devemos, pois, esperar a que essa rebeldia fique diluída na inércia do espontaneismo, os e as revolucionárias temos a responsabilidade de agir com coerência na açom teórica-prática e tratar de dirigir dita rebeldia para a vitória.


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