Aproximar a revolução é o mesmo que dizer; aproximemos o fim da ditadura do capital e construamos um outro sistema assente na apropriação colectiva da riqueza produzida e repartida com justiça.
Qualquer plataforma política que se pretenda hoje de esquerda, não pode deixar de ter no centro das suas preocupações políticas, a mudança de paradigma social, como forma de resolução da crise.
São importantes as denúncias políticas da devastação que este governo e a troika levam a cabo, e combatê-la por todos os meios possíveis; mas, verdadeiramente decisivo, é colocar no centro da luta a mudança de sociedade; não basta clamar por mais democracia e por inflectir os rumos da economia se as rédeas permanecerem nas mãos dos capitalistas.
Precisamos de ter uma plataforma política comum ao proletariado, que inspire confiança na sua maioria e a ganhe para a inversão dos ciclos repetitivos-(eleições=novo governo= debates no parlamento=novas eleições=novo governo=novos debates parlamentares).
Precisamos de romper este sistema eterno de escravização e acorrentamento a uma lógica que só serve os burgueses no poder e à sua sobrevivência.
Essa plataforma política tem que ter dois considerandos elementares:
1º-Considerando que a crise capitalista se agrava e que centenas de milhões anteveem a miséria e a exclusão.
2-Considerando que o regime actual se revela históricamente esgotado bem como o seu modo de produção capitalista.
Cabe à esquerda colocar no centro da sua luta a denúncia e o combate ao sistema capitalista, e aproximar um novo sistema de sociedade sem exploração nem crises.
Pontos de interesse comum para o proletariado, numa perspectiva de esquerda.
1- Desenvolver e participar na luta pelo derrube do governo e pelo fim da política de austeridade.
2-Pleno emprego para toda a população trabalhadora, desempregada, e para aqueles que acedem ao mercado de trabalho, através da redução do horário de trabalho, e da repartição do trabalho existente por todos.
3- Criação de um fundo de solidariedade que garanta um rendimento mínimo a todos os desempregados.
4- Suspender o pagamento da dívida, suspender o pagamento das PPP e de todas as rendas do Estado ao capital.
5-Taxar o capital: os seus lucros, as suas fortunas os seus luxos, as suas heranças, cortar nas mordomias e nos altos salários dos Administradores e afins.
6-Proceder de imediato à expropriação das fortunas dos delinquentes do BPN, BPP, e de outros criminosos que têm lesado o estado.
Unir todos os que estiverem por este caminho de luta numa lógica de frente unida pela base que eleve a combatividade dos trabalhadores e dos combatentes, mantendo cada grupo ou partido a sua independência eleitoral.
Qualquer governo de esquerda a apoiar, terá de sair de um processo de avanço da luta popular com vista à tomada do poder pelas massas trabalhadoras.