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Laerte Braga

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Livre expressão

Alicantina

Laerte Braga - Publicado: Quinta, 14 Novembro 2013 16:09

Nelson Rodrigues, numa das mais famosas mesas redondas do futebol brasileiro costumava usar palavras pouco conhecidas para demonstrar sua irritação quando as criticas ao Fluminense, clube pelo qual foi apaixonado, surgiam mais ácidas, ou mais contundentes. Se perguntado sobre o significado das ditas palavras mandava o interlocutor procurar um dicionário.


O jornalista e teatrólogo conhecia o vernáculo. Foi autor de peças notáveis, um dos mais censurados autores brasileiros, primeiro a tocar em temas que hoje se confirmam na realidade do dia a dia e assinava em jornais brasileiros a coluna A VIDA COMO ELA É.

Era como se fosse um vidente da alma de cada ser humano no todo.

Joaquim Barbosa é ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, primeiro negro a fazer parte daquela corte e tem o hábito de ofender os seus pares com a palavra chicana. Contestado por um ministro "agraciado" pelo termo, afirmou que sua "uso as palavras que quiser, conheço o vernáculo".

O STF colocou um P à frente de sua sigla, virou PARTIDO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, é em toda a história o de mais baixo nível, mais baixo mesmo que os da ditadura militar, onde os generais se esmeravam em escolher juristas de notável saber jurídico, mesmo sendo de direita.

O escritor português Almeida Garret costumava usar a palavra alicantina, pois acreditava que o termo chicana, derivado do francês chicane, era vulgar e demonstrava pouca sabedoria de quem o usava.

É o caso de Joaquim Barbosa.

É o caso de Gilmar Mendes.

Ao demonstrar sua real estatura o presidente do PSTF classificou o ministro Marco Aurélio de Mello, de "o mais vaidoso do PSTF". De Marco Aurélio se pode dizer tudo, mesmo que seja desprovido de conhecimentos jurídicos, pelo contrário. É um dos mais competentes do novo partido, chamam-no de Corte Suprema, nesse aspecto de saber. Elegante, Marco Aurélio admitiu gostar de gravatas bonitas.

No caso de Joaquim Barbosa não se trata só de vulgaridade no desempenho da função, ou de falta de conhecimento jurídico, e suspeita que padece da tal reputação ilibada.

Não tem a menor compostura para exercer o cargo que exerce.

O espetáculo de quarta-feira, 13 de novembro, onde os ministros decidiram pela prisão dos réus da ficção "mensalão", foi recheado de alicantinas transformadas em termos ininteligíveis e em justificativas incompreensíveis para uma decisão que cerceia o direito de defesa – a partir do pedido do Procurador Geral da República – e parte do esquema que junta o Partido Globo, o mais poderoso grupo de comunicação do País, na tentativa de alcançar a presidência da República em 2014, seja com o tresloucado Aécio Neves, o corrupto José Serra ou a mais nova garota Itaú Natura, Marina da Silva, a que vai promover a "desruptura para construir a ruptura".

Quer queira ou não o Brasil está vivendo um quadro de instabilidade política que a mídia oculta, é podre e venal a mídia de mercado, caminhando a passos acelerados para um impasse políticos dos mais graves e o PSTF é um dos principais responsáveis por isso, pois última instância sobre querelas ditas jurídicas.

E uma instabilidade fabricada, criada nos porões do PROJAC, ou da FIESP, a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo, resíduo da corte de D. João VI, sob a batuta de Carlota Joaquina. Nem a D. Pedro I chegou ainda.

A decisão do PSTF tomada na tarde/noite do dia 13, mostra a fragilidade de nossas instituições, a mediocridade dos que decidem num Estado falido e nos remete à necessidade de uma nova Constituição que seja capaz de afirmar a democracia e criar condições para um processo democrático livre das chicanas de Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, etc.

O ódio se juntou às articulações politico/partidárias.

Os reais escândalos a abalar o Brasil, confessados pelas empresas, envolvendo o governador Geraldo Alckmin, os ex-prefeitos José Serra e Gilberto Kassab, são ocultados, escondidos por essa mídia podre, ou deturpados, como a faz a FOLHA DE SÃO PAULO (a que emprestava caminhões para a desova de cadáveres assinados pela ditadura), em relação os milhões do ISS desviados no governo anterior.

E onde entra Dilma nisso. As pesquisas apontam que a presidente é a favorita para as eleições do próximo ano. Mas Dilma não entra em lugar nenhum, é a absoluta falta de opção entre os principais candidatos e num Pais onde a legislação eleitoral exclui do debate os chamados partidos ideológicos, privilegiando bancadas religiosas (evangélicos) e ruralistas (grileiros, assassinos e predadores ambientais).

O Brasil é um dos raros países do mundo onde no Partido Socialista, socialista não entra.

Não é bem uma questão de non sense. É sem senso mesmo.

Senso que estamos sendo jogados num precipício sem fundo por grupos como o PSDB, os ruralistas, banqueiros e grandes empresários, a mídia à frente a GLOBO, loteados nos leilões de campos petrolíferos do pré-sal e nas privatizações que Dilma insiste em chamar de "concessões".

Quem sabe se da próxima vez o ministro Joaquim Barbosa, ao invés de usar o termo do que chamam advogado de porta de cadeia, chicana, usa alicantina, afinal era um dos termos de Almeida Garret, um dos notáveis escritores da língua portuguesa. Aí si, vai poder dizer que conhece o vernáculo e pode até aumentar o patrimônio em Miami, local preferido por onze entre dez mafiosos.


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