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Andoni Baserrigorri

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Feijoada no ponto

É o internacionalismo umha utopia?

Andoni Baserrigorri - Publicado: Segunda, 23 Setembro 2013 23:10

Todo o mundo sabe que entre os princípios irrenunciáveis de qualquer pessoa, coletivo, partido, movimento ou governo que se reclame revolucionário ou marxista está o internacionalismo.


O internacionalismo é a ternura dos povos dixo o Che Guevara, o internacionalismo é a alma das revoluçons e quiça seja a qualidade mais formosa de qualquer revolucionário ou revolucionária.

Mencionamos o Che Guevara e nom por acaso. Todas as tendências políticas do marxismo e dos movimentos revolucionários o reclamam e fam gala da sua imagem. Nom há qualquer dúvida que se isto é assim, nom é por ser argentino, mas porque, sendo argentino, luitou em Cuba, África e morreu pola Bolívia. O Che representa o melhor dum comunista, é o homem que deixa os seus cargos no Estado cubano com o objetivo de empreender umha nova missom revolucionária na América.

Nom conheço a Venezuela, mas é umha das minhas grandes ambiçons, voltar a cruzar o charco e ver a terra de Bolívar, mas tenho constância de muita gente conhecida que sim estivo e através de imagens que vim na televisom e da internet referidas à figura do Che Guevara, o guerrilheiro heróico é umha das mais divulgadas e postas polas ruas de Caracas e outras cidades da República Bolivariana. Mas vendo o que vejo, temo que, se o Che estivesse vivo e tivesse a ocorrência de se refugiar da repressom na Venezuela, quiçá neste momento compartilhasse cela com Juliam Conrado ou Asier Goñi, revolucionários, mas presos em terra livre venezuelana.

A desolaçom, a tristeza que ocasionou em Euskal Herria esta última detençom dum refugiado basco na Venezuela é diretamente proporcional ao nível de entusiasmo com que Euskal Herria acolheu a revoluçom bolivariana e a motivaçom com que dúzias de bascas e bascos viajam lá para mostrar solidariedade e conhecer a revoluçom. Ou a tristeza com que foi recebida em terra basca a morte ou quiçá assassinato de Hugo Chávez.

Historicamente comprova-se mais umha vez que o internacionalismo semelha umha utopia no momento de formar governo. Triste, mas é assim. Os interesses de estado ou a geopolítica nom semelham manter boas relaçons com o internacionalismo. Ou quiça que ainda é pior... obscuros interesses económicos às vezes acabam com a imprescindível solidariedade internacionalista. E devem saber as e os que faltam ao seu dever internacionalista que ferem os melhores sentimentos das e dos que nos reclamamos como revolucionários.

Foi sangrante a repartiçom da Europa após o fim da segunda guerra mundial em que os melhores comunistas da Grécia e Itália ou França fôrom abandonados à sua sorte por umha URSS mais preocupada com preservar o seu espaço vital e as suas fronteiras e em chegar a acordos com o imperialismo. E nom aprendemos. O imperialismo jamais cumpre as suas promessas, o imperialismo nom tem palavra nem dignidade, ainda por muito que lhe ofereceres, sempre aguardará a sua oportunidade para te apunhalar.

Foi sangrante quando a FSLN nicaragüense, de boca de Daniel Ortega, numha visita ao Estado espanhol nos 80, repetiu como um papagaio as teses espanholas sobre o conflito basco. Nom aprendemos, os amigos da Nicaragua nom faziam parte do Estado, e sim quem luitava cá pola liberdade e o socialismo.

Foi sangrante quando a embaixada de Cuba expulsou vários militantes bascos que acudírom lá fugindo da mais que provável tortura e fôrom entregues à polícia.

É sangrante que o Julián Conrado e vários colombianos mais continuem nas cadeias dum Estado, o venezuelano, que se proclama socialista. Como sangrante também é que prossiga com a sua política de detençons e assédio contra cidadaos bascos que lá residem.

Nom aprendemos. A Venezuela, ao deter bascos, nom vai conseguir as simpatias do imperialismo, nem este vai deixar de a assediar. A Venezuela, renunciando ao internacionalismo, nom vai gozar das simpatias do Estado espanhol. Na primeira que for possível, vam apunhalá-la.

Deve saber Maduro e os dirigentes revolucionários venezuelanos que renunciando ao internacionalismo despojam a revoluçom bolivariana da sua alma mais querida, a ternura dos povos, a solidariedade e o saber luitar em qualquer lugar, em qualquer momento.

Devem saber os dirigentes venezuelanos que o socialismo que tentam construir estará incompleto se o despojarem do internacionalismo.

Porque nosso apoio e solidariedade é com o povo e o seu projeto, nom com este ou aquele dirigente ou partido.

A Venezuela bolivariana segue nos nossos coraçons...

 


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