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José Biern Boyd Perfeito

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A jangada de ideias

Existem alternativas para quem quer mudanças e tiver coragem para mudar

José Biern Boyd Perfeito - Publicado: Segunda, 29 Outubro 2012 18:39

Alguns Posts que aparecem no Facebook e que são repetidos até á exaustão, são verdadeiramente demagógicos e eivados de qualquer sentido ou verdade.


Olha-se para a mensagem numa perspectiva ligeira, como se fosse um desabafo de café, sem olhar para o conteúdo ou para a agenda que esses posts trazem, de quem os criou e imaginou. Existe uma mensagem subliminar por detrás desses posts e a maioria das pessoas apenas os coloca porque lhe parecem bem com a situação actual. Não falo, claro, dos ataques pessoais a este ou aquele, da responsabilidade de cada um. Mas falo até da distorção da História e dos factos que parece arder como rastilho, o que só prova que quem os coloca não faz ideia do que está a propagar. Mais uma vez se prova a pouca cultura geral que existe.

Existem demasiados exemplos, exemplos que chegam a ser ridículos e quando chamados á atenção, logo reaparecem num outro fulano ou outro.

Como disse Daniel Oliveira, o insulto é uma arte mas é preciso saber-se insultar. E não se insultam pessoas, mas ideias e acções.

Existe um exercício mental que é preciso que todos os Portugueses devem fazer, uma reflexção que é tão necessária como do pão para a boca.

É preciso que cada um dos Portugueses, coerentes com aquilo que dizem, escrevem e postam, pensem nas consequências do que por vezes pedem. Quando pedem a redução dos deputados, qual a consequência, quando pedem as mesmas medidas que a Islandia tomou, quais as consequências para Portugal, quando pedem o não pagamento da divída (que eu concordo e sei quais as consequências dessa acção) se sabem o que isso significa e se estão prontos para a escolher.

Existem alternativas aos partidos do chamado arco governativo e se os Portugueses não concordam com o tal arco governativo, só existe essa solução. A esquerda tem de ser poder em Portugal e há que exigir que esses partidos sejam chamados a qualquer solução governativa, como parte integrante da solução.

Não exigindo esta solução, é sempre mais do mesmo e bem que pode o Português reclamar nos posts do Facebook ou até nas ruas em grandes manifestações e em grandes mensagens, o facto é que nada vai mudar. Mas, eu ponho a questão, queremos mesmo mudar ou é só dores do periodo de recobro? Porque o que me parece é que se o dinheiro tornar a circular e olear bem novamente a maquina social, tudo volta ao mesmo e tudo se esquece. Esquecem-se os direitos Laborais, os direitos sociais, a Constituíção que a maioria dos Portugueses desconhece, o sistema de saúde, as auto estradas, a corrupção, etc, etc. Tudo voltará ao mesmo, ao que houve antes, até que uma nova crise por aí venha, para limpar o que resta da economia e descer o nivel de vida das pessoas.

Daí que muitos Portugueses, os tais que até votam PSD ou PS ou até mesmo CDS e que agora estão calados ou que aparecem nas manifestações a gritar mais alto que os outros, aqueles que nunca tinham ido a uma manifestação na vida porque acham que as manifestações são comunistas, ou ainda aqueles que esperam ansiosamente pelos final dos 20 meses que o Ministro relvas propaga como o fim da dieta, que depois dos 20 meses do programa de recuperação, tudo voltará ao mesmo, sintam que isto é apenas um pesadelo, que tudo passará e que o Passos Coelho e os de sempre, darão a volta á coisa. Afinal, nada de grandes mudanças.

A verdade é que os problemas não têm quatro nem dez anos sequer, têm muito mais que isso e a verdade é que todos somos responsáveis por eles. Uns porque decidiram nessa direção, outros porque deixaram decidir, porque nunca olharam para a democracia como um meio de escolher o caminho de um povo, mas como uma passerelle de pessoas que se gosta mais ou menos. Quer dizer, para muitos, pouco interessou as ideias e a forma de fazer as coisas, mas interessou sempre as chalaças e o xico espertismo de uma ou duas promessas que nas campanhas eleitorais, sempre opurtunas, eram lançadas á multidão que depois de uns comes e bebes e dum pé de dança, e da viagem nos autocarros dos tais, aceitava quase que como verdadeira.

Para muitos a imagem de um governo é um fulano tal, em Lisboa, o chefe do partido, o que vem á televisão, em vez de aqueles que têm perto de si, os que vivem nas suas regiões, aqueles que devem ser chamados quando passam na rua, aqueles a quem se deve contactar para se resolver os problemas. Para muitos desses votantes, nunca se importaram quando havia problemas nos seus locais de trabalho, onde trabalhadores seus colegas eram vitimas de perseguições e de injustiças, quando se lhes era pedido para fazer greve em defesa dos seus direitos e olhando para o lado e assobiando, seguiam para o seu lugarzinho, pois sempre podiam colher algum benefício por serem os que se portavam bem.

São estes hoje que postam os tais posts no facebook e insultam sem nunca terem aprendido a insultar. São estes também os que hoje, têm saudades do passado, dos Cavacos e dos Guterres, quando no meio de muitos que avisavam para o que aí vinha, sorriam e piscavam o olho para os patrões. São estes também que hoje, não querem politicos nem democracia, que em vez de exigirem salários justos para eles, atacam os salários dos outros, pensando que é por retirarem direitos aos outros, que os direitos deles vão ser mantidos. São estes hoje que se indignam e colocam posts com numeros e figuras demagogicamente manipuladas, com os rendimentos dos ciganos ou de outras maiorias que vivem e viveram em condições de sub nivel de vida e que eles nunca usaram levantar um dedo para resolver estes problemas. Foram estes que aceitaram as taxas moderadoras...

Estou certo que as multidões que buzinaram pelas ruas e fizeram festas quando o PSD ganhou as eleiçoes, não se evaporaram assim, tão de repente.

São estes que devem fazer a tal reflexção, que devem pensar se querem a mudança ou não.

Eu acho que não, não querem mudanças, querem sim, voltar ao mesmo.


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