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Narciso Isa Conde

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Venezuela: a nova Batalha de Carabobo

Narciso Isa Conde - Publicado: Sábado, 06 Outubro 2012 13:21

A nova Batalha de Carabobo: assim denominou o comandante Chávez a confrontaçom política-eleitoral do próximo domingo 7 de outubro, acompanhada de um multifacético plano imperialista em direçom à desestabilizaçom do processo para a revoluçom que vive Venezuela; processo que impactou desde o seu início, no sentido da segunda independência e das grandes mudanças sociais e políticos progressivos, a todo o Continente.


E nom é para menos.

O desenlace a favor das forças anticolonialistas na Batalha de Carabobo do século antepassado nom só foi decisivo para a primeira independência venezuelana, mas para o despregamento desse processo liberador em toda America Latina e as Caraíbas.

Agora trata-se de algo nom idêntico, mas sim parecido.

Importáncia das eleiçons e os seus possíveis resultados

A vitória eleitoral do Partido Socialista Unificado de Venezuela (PSUV), do Pólo Patriótico (confluência político-social com as demais esquerdas e os movimentos sociais avançados) e da candidatura de Chávez, é sem dúvidas algo fundamental para a continuidade do processo bolivariano nesse fraterno país e para o destino da onda continental que desde finais de passado século esse processo contribuiu para desatar e estimular.

É alentador que tal possibilidade se tenha reafirmado com fortes impulsos no curso da campanha eleitoral que está a ponto de concluir.

A chamada Mesa da Unidade Democrática-MUD, melhor sindicada como Mesa da Unidade Diabólica -resultado da convergência das direitas e ultradireitas políticas, sociais e culturais da Venezuela, sob o patrocínio dos EUA e da grande burguesia dependente desse país, até o momento nom pudo acumular suficiente força eleitoral para os aproximar da torrente que foi capaz de gerar a liderança popular do comandante Chávez e as organizaçons revolucionárias e patrióticas que sustentam a sua candidatura.

O senhor Capriles Radonski, lobo vestido de ovelha, candidato "carapintada" das direitas e capitalista de "forca e faca", ficou-se atrás, evidenciando impossibilidade de ganhar por via limpa e democrática essas eleiçons.

O chamado PLANO B em primeiro lugar

A poucos dias das votaçons a sua derrota está praticamente assegurada, polo que os setores mais agressivos do seu meio político e social estám a orquestrar o denominado PLANO B; isto é, o programa de sediçom e conspiraçom, os preparativos de denominadas "guarimbas" (tumultos violentos), a ativaçom do para-militarismo colombiano, as pautas da CIA e do Pentágono -agora com mas intensidade soterrada que meses atrás.

A vitória bolivariana nas votaçons -repito- luze bem assegurada. Assim inclusive o revelam todos os inquéritos mais críveis.

A questom é que polo momento seria muito pretencioso estabelecer daqui como será de contundente esse triunfo popular.

E isto é muito importante. Porque disso depende a viabilidade ou nom imediata do novo plano subversivo dos "escuálidos" venezuelanos baixo tutela dos EUA e os seus aliados imperialistas, o qual primeiramente contempla, primeiro o desconhecimento dos resultados eleitorais sob alegato de fraude e, a seguir, as subseguintes mobilizaçons e açons violentas.

Um triunfo esmagador criaria umha enorme dificuldade, quase insalvável, a essa modalidade do chamado PLANO B ao serviço da contrarrevoluçom.

Umha vitória moderada do "chavismo" possivelmente nom o detenha, mas reduziria o seu efetividade ao mesmo tempo em que aumentaria a sua vulnerabilidade.

Um triunfo fechado serviria-lhe em grande de caldo de cultivo e poderia criar umha situaçom de alta perigosidade.

A probabilidade maior quanto às votaçons ao que parece move-se entre os dous primeiros vaticínios.

O alerta de qualquer jeito é válido e o plano de contra-ataque é a todas luzes imprescindível, daí que haja que esperar -como informou o comandante Chávez- que se esteja a preparar com todas a da lei.

O que está em jogo 7 de outubro e mais além

Porque é demasiado importante o que está em jogo no próximo domingo 7 de outubro e um pouco para além na Venezuela Bolivariana e em toda a nossa América.

Dizemos 7 de Outubro e imediatamente depois, sobretodo se se projeta esta conjuntura para as eleiçons de Presidentes da cámara municipal e Governadores fixadas para o próximo mês de dezembro, nas quais polo momento as expetativas nom som tam esperançosas para o campo revolucionário e popular como som para as eleiçons do domingo vindouro; dada a imponente liderança do presidente Chávez em contraste com as debilidades de nom poucas candidaturas apresentadas polo oficialismo a nível intermédio e os problemas derivados da corrupçom burocrática, os privilégios escandalosos e as más práticas nom superadas no exercício do poder governamental, estadual, autárquico e congressual.

A isso agregam-se os enormes recursos mediáticos, económicos e ideológicos-culturais manejados polas direitas com grande desenfado na medida o processo revolucionário nom atacou em larga escala e a toda a profundidade as bases fundamentais do capitalismo venezuelano: a grande propriedade privada, a forte gravitaçom da burguesia transnacional, a ideologia e a cultura dominantes, os grandes meios de alienaçom, a cultura rentista-consumista petroleira, o mercado e a especulaçom capitalista.

Apesar de que todo isso -incluído o atraso das necessárias retificaçons anunciadas quanto aos prejuízos que ocasionam as in-condutas de certos setores oportunistas enquistados no Estado, parecidas às que primárom na IV República- contribuiu para inchar desmedidamente o poder eleitoral da Mesa da Unidade Diabólica (MUD), na realidade o nível atingido por essa coligaçom direitista nom lhe é suficiente para se impor exclusivamente pola via do voto.

Por isso, os componentes mas agressivos e extremistas dessa aliança oligárquica-imperialista, com a assessoria da CIA, o MOSSAD israelita e a extrema direita colombiana (uribista), estám a apostar a mais em mais à execuçom simulatánea do PLANO B (durante e imediatamente após as próximas eleiçons); enquanto os mais moderados, prevendo o seu invalidaçom em consequência de umha derrota eleitoral contundente, apostam principalmente a fortalecer-se tendo em vista as eleiçons estaduales e autárquicas de dezembro, com o propósito de cercar institucionalmente o Presidente Chávez e depois proceder ao arremate; almejando de passagem umha deterioraçom do seu estado de saúde, que por demais luze improvável à luz da fortaleza física e moral que exibe o líder desse trascendente processo.

As razons, objetivos e variaçons do PLANO B.

O PLANO B -que tanto pode ser despregado a breve prazo, como posposto para um futuro próximo, bem como reajustado ou reformulado- perseguiria fundamentalmente criar as condiçons internas para umha agressom externa tipo Líbia. Isto é, criar o chamado "frente interno" que facilite a intervençom imperial.

Essa agresividade tem que ver com o que significa a Venezuela e o seu processo para a revoluçom anticapitalista cara a todo o Continente; tem que ver com a determinaçom imperial de se reapropriar dos seus valiosos recursos naturais e a renovada ambiçom de um capitalismo central decadente e em crise maior de controlar pola força o petróleo, o gás, o ouro, a água, o lítio, o níquel, os minerais estratégicos e a biodiversidade que tanto abundam na nossa América e escasseiam nos EUA e Europa.

Os governos auto-determinados da ALVA, entre os quais a Venezuela bolivariana e Cuba jogam papéis relevantes, constituem um sério obstáculo a respeito desses desígnios imperialistas. E golpeando a Venezuela debilitariam essa realidade.

Nunca há que perder de vista que a mega crise do capitalismo, a sua multi-crise, as suas carências, a sua militarizaçom e a sua determinaçom de apropriar pola força de recursos vitais para a prolongar a sua existência nesse contexto, alimenta a voracidade e agressividade do capitalismo em fase senil.

É claro que o PLANO B, como outros similares confeccionados para outros países da regiom nom docis respeito EUA, pode ter umha modalidade agora e outra mais tarde; sempre dentro dessa impronta imperial.

Umha vitória crucial e umha oportunidade de ouro

Além do mais, a importáncia de ganhar agora com muitos votos ressalta à vista e tem umha importáncia relevante porque lhe pode permitir a Chávez e ao povo bolivariano aprofundar a seguidas as transformaçons anticapitalistas, erradicar ou limitar em grande a corrupçom e a chamada "boli-burguesia burocrática", dando impulsos renovados à socialização, mais corpo ao poder popular e ao chamado Estado Comunal.

De passagem tudo isto -e isto também é muito importante- ofereceria ao processo transformador venezuelano umha nova e brilhante oportunidade para modificar em grande ao seu favor -e de umha vez por todas- a correlaçom de forças políticas face às eleiçons de dezembro e as seguintes, o que de nom se conseguir apontaria a resultados que poderiam fortalecer o referido cerco institucional contra Chávez. Nessa ordem as retificaçons e o aprofundamento das transformaçons resultam mais que vitais.

Essa possibilidade e o repunte das luitas continentais vê-se favorecida no imediato polas mudanças positivas acaecidos na Colômbia, onde a fortaleza da insurgência (FARC-EP e ELN), o auge das luitas sociais e políticas em todo o território desse país, a formidável emergência do Movimento Marcha Patriótica, o crescimento da consciência em favor da paz e da democratizaçom e a aguda crise sistémica presente ali, debilitárom as forças guerreiristas e erosionado temporariamente a aposta reacionária à saída militar; tornando mais agressivos mas mais débeis aos seus sustentadores.

A grande confluência político-militar alternativa colombiana constitui-se assim, nos factos, em um poderoso aliado tanto da continuidade ascendente da revoluçom venezuelana como da seu aprofundamento. Igual as novas rebeldias sócio-políticas a nível continental ao redor de temas tam cruciais como o poder destructivo dos consórcios mineiros imperialistas, a impunidade e o empecinamento em sustentar umha estratégia neoliberal em bancarrota.

A extensom da indignaçom e a mobilizaçom antineoliberal e anticapitalista a outros Continentes, especialmente a Europa, no meio de umha crise estremecedora da estabilidade do sistema de dominaçom, que perdura nos EUA como centro do mesmo, agrega condiçons favoráveis para a radicalizaçom dos processos de mudança na Venezuela e a nossa América. Todo dependerá da qualidade e fortalece das suas forças condutoras.

A nossa aposta política, ideias, estímulos, luitas, apontam e apontarám nessas direçons, a partir da mais firme solidariedade imediata e o profundo anseio em favor do mais contundente triunfo do -vermelho-rojito venezuelano neste transcendente Carabobo do século XXI.

4-10-2012, Santo Domingo, RD.

Fonte: Primeira Linha.


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