Guerrilheiros curdos do YPG. Foto: free kurdistan (CC BY 2.0)
As milícias de resistência, o YPG, têm procurado manter distância do governo de al-Assad. Mas, conforme a luta armada entre os vários grupos que atuam na Síria tem se generalizado, o YPG tem buscado estabelecer uma frente comum com as tropas do governo, apoiadas pelo Hizbollah e o Irã.
Os conflitos também têm se tornado crescentes entre a al-Nusra (a al-Qaeda na Síria) e as milícias curdas do YPG. Mas o YPG também fica na “dança das cadeiras”. A proteção dos “guerrilheiros norte-americanos” da Nova Força Síria lhe garante a aproximação com os Estados Unidos, e, principalmente, o apoio da aviação norte-americana, mas, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade de novos confrontos com a al-Nusra.
Os curdos têm conseguido unificar os três territórios que se encontravam separados em cima de várias vitórias obtidas contra o Estado Islâmico. A vitória mais emblemática aconteceu na cidade de Kobane, onde contaram com o apoio da aviação norte-americana.
Ao sucesso militar dos curdos se soma a consolidação do poder político que envolve a estruturação de conselhos populares na maioria dos municípios de Rojava, o Curdistão Iraquiano.
O governo de al-Assad mantém um acordo tácito com os curdos com o objetivo de evitar ataques provenientes das regiões do nordeste do país.
O governo turco de Erdogan busca impedir a aproximação do YPG com os Estados Unidos, o que dificulta deslanchar os “rebeldes norte-americanos”.
Para os turcos, o fortalecimento dos curdos sírios implica em dois problemas principais. Em primeiro lugar, o YPG é ligado ao PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão turco. Erdogan estava promovendo um acordo de paz com o PKK, mas por causa dos resultados das últimas eleições nacionais passou a atacar os curdos com o objetivo de atrair votos dos setores mais direitistas e do novo partido curdo nas próximas eleições que foram convocadas para o mês de novembro. O PKK atua principalmente na Província de Anatólia Oriental, um dos eixos da política econômica de Erdogan que busca transformar a Turquia num nó (hub) do fornecimento de gás para a Europa.
Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.