Os acordos dos Estados Unidos com a China começaram com a visita do presidente Richard Nixon a Pequim em 1972, onde foi recebido pelo então presidente Mao Tse Tung. Foto: Wikimedia Commons
A China na campanha eleitoral dos EUA
Durante a última campanha presidencial, Mitt Rommey, o candidato republicano derrotado por Barak Obama, tinha levantado como bandeira para enfrentar a crise no Oriente Médio e na região Pacífico da Ásia, a guerra contra o Irã e contra a China, com a possibilidade de usar armas nucleares. Agora, Donald Trump, o bilionário candidato republicano, declarou, em entrevista à CNN, que a desvalorização do iuan provocará efeitos “devastadores” sobre a economia norte-americana. “Eles estão nos destruindo”. “A China se reconstruiu com o dinheiro que sugou dos Estados Unidos e os empregos que sugou dos Estados Unidos”. A “saída” passaria por endurecer o relacionamento com os chineses que facilitaria a promoção da retomada econômica.
Os acordos dos Estados Unidos com a China começaram com a visita do presidente Richard Nixon a Pequim em 1972, onde foi recebido pelo então presidente Mao Tse Tung e o primeiro-ministro Chou En Lain. Com a chegada ao poder de Deng Tsiao Ping, o caminho ficou aberto para a implantação das zonas especiais. Os monopólios incorporaram ao mercado mundial milhões de trabalhadores que, na década de 1980, recebiam salários de aproximadamente US$ 30 mensais. Esta foi a base da contenção da crise aberta em 1974, a lápide sobre os chamados Anos Dourados que aconteceram nos países desenvolvidos após a Segunda Guerra Mundial.
Mas o desenvolvimento da crise e a luta do movimento operário têm levado os salários dos trabalhadores chineses a aproximadamente US$ 260 enquanto a contração do consumo mundial tem entravado as exportações chinesas.
Os mecanismos de contenção da crise representam o fruto da evolução de um emaranhado de componentes parasitários, principalmente com a inundação do mercado mundial com gigantescos volumes de crédito e as gigantescas emissões de dinheiro podre que é repassado para os monopólios.
Os Estados Unidos tentaram impulsionar o Vietnã e a Birmânia como mercados de mão de obra barata alternativos à China. Mas o colapso de 2008 e o enfraquecimento dos mecanismos de contenção, a partir de 2012, enfraqueceram essas “alternativas”. No Vietnã, a ascensão do movimento grevista levou a que os salários miseráveis duplicassem em apenas três anos.
O capitalismo não conseguiu colocar em pé uma nova política, alternativa ao neoliberalismo, devido ao alto grau do parasitismo. O acirramento das contradições entre o imperialismo e as potências regionais tende a se acirrar ainda mais no próximo período por causa da política do “salve-se quem puder”. Ao mesmo tempo, a frente única das potências imperialistas, montada após a Segunda Guerra Mundial, está com os dias contados.