1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (5 Votos)

kriseAlemanha - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O colapso capitalista de 2008 representou o colapso das chamadas “políticas neoliberais” que foram colocadas em pé com o objetivo de conter a crise aberta no final da década de 1960.


"O capitalismo é a crise - Solidariedade. Greve. Insurreição". Protesto em Frankfurt, Alemanha, contra a crise capitalista. Foto: KamiSilenceAction (CC BY-NC 2.0)

A crise mundial de 1974 colocou uma pá de cal sobre as chamadas políticas “keynesianas” que, por meio de gigantescos investimentos públicos, principalmente no setor de armas, tinham como objetivo promover um certo desenvolvimento da economia. O crescimento da inflação e do desemprego provocou a queda de todas as ditaduras neofascistas que o imperialismo norte-americano colocou em pé, no melhor estilo hitleriano, após a Segunda Guerra Mundial nos países atrasados. A Revolução de 1979 no Irã colocou abaixo o principal instrumento do imperialismo no Oriente Médio. A terrível SAVAK, a polícia política que estava na base do estado policial, desabou em alguma semanas. O movimento grevista se fortaleceu em escala mundial. A inflação nos Estados Unidos superou os 20% ao ano no início da década de 1980.

Leia também:

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte I)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (parte II)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte III)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte IV)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte V)

A crise capitalista somente conseguiu ser contida por meio da incorporação de milhões de trabalhadores chineses, que ganhavam salários de aproximadamente US$ 30 mensais, no mercado mundial. Sobre esta base, na Inglaterra, foi derrotada a greve dos mineiros, que durou mais de um ano, e, nos Estados Unidos, a greve dos controladores aéreos, que acabou sendo desmantelada com a demissão de mais de 13 mil trabalhadores. Foi o apito inicial da escalada dos ataques contra o movimento operário mundial.

Os lucros capitalistas foram salvos por meio do arrocho salarial e de um “keynesianismo às avessas”. O grosso dos gastos públicos passou a ser direcionado para os capitalistas.

Várias crises se sucederam a partir da década de 1980, mas foram crises regionais e nos países atrasados. O colapso capitalista de 2008 atingiu em cheio o coração do capitalismo mundial.

Um novo colapso capitalista, o colapso da especulação financeira

Após o colapso capitalista de 2008, a burguesia não conseguiu colocar em pé uma nova política alternativa ao chamado “neoliberalismo”, enquanto o estado burguês continuou se enfraquecendo por causa dos crescentes volumes de recursos que têm sido repassados para garantir os lucros dos capitalistas.

Leia ainda:

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte VI)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte VII)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte VIII)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte IX)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte X)

A fase imperialista do capitalismo trouxe consigo o fim das crises cíclicas e abriu um ciclo de crises, onde, a cada nova crise, recebe uma nova ponte safena. A crise aberta em 1930 foi fechada somente por meio da Segunda Guerra Mundial que provocou a maior destruição de forças produtivas vista na história da humanidade. Os esforços de reconstrução, promovidos pelos Estados Unidos, a partir do Plano Marshall de 1948, conseguiram estabelecer os chamados Anos Dourados do capitalismo, um período de crescimento que foi mantido até a segunda metade da década de 1960.

Nouriel Roubini, o economista que, em 2006, previu, em detalhes, a crise de 2008, prevê um novo colapso capitalista para o próximo período. Na base está o estouro da mãe de todas as bolhas, as emissões crescentes de dinheiro podre pelos principais bancos centrais.

Leia mais:

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte XI)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte XII)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte XIII)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte XIV)

Alemanha: o coração do capitalismo europeu (Parte XV)

A crise de 2008 não conseguiu ser fechada. Em contrapartida, aparece uma nova crise, um novo colapso, de proporções ainda mais devastadoras. Todos os fatores que levaram à crise de 2008 continuam em pé e, ainda, de maneira muito mais acentuada. A especulação financeira escalou, inclusive nas potências industriais, a Alemanha e o Japão, assim como nos países atrasados, que tinham passado relativamente incólumes pela crise da “subprime”, em 2008. Esses países agora também ficaram na linha de frente.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve em seu blog pessoal.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.