Chanceler alemã Angela Merkel. Foto: Philipp (CC BY 2.0)
Basicamente, há dois principais motivos envolvidos. Perante o aprofundamento da crise na periferia, a Alemanha tenta segurar a aparição de novos focos de incêndio que possam aparecer a partir do contágio proveniente da Grécia, da Moldávia, da Transnístria e da Ucrânia, em primeiro lugar. Ao mesmo tempo, o imperialismo europeu busca conter o expansionismo da Rússia na Europa Central, que tem fortalecido as relações com a Hungria e a Grécia, além da Sérvia, que é um tradicional aliado.
A entrada dos três países à União Europeia, além de Kosovo, tem sido adiada ou dificultada. Além dos conflitos entre os países, encontram-se os gastos iniciais envolvidos na incorporação e a eventual inundação da União Europeia com mais alguns milhões de trabalhadores, fugindo da crise econômica nos próprios países.
As economias da Albânia, da Sérvia, da Bósnia Herzegovina e Kosovo são muito fracas, mesmo consideradas em conjunto. São países basicamente agrícolas, onde o turismo, o comércio e a remessas dos imigrantes representam o componente principal. Mas esses países detêm importantes reservas de minerais e matérias-primas, além de contar com uma população total de 16 milhões de habitantes, em grande medida com alta qualificação. A extensão do negócio das terceirizações e dos “call centers” nos moldes da Polônia e da Romênia poderia significar uma boa oportunidade de lucros, principalmente considerando os irrisórios salários locais e a quase inexistência dos programas sociais.
Com o aprofundamento da crise na Europa, a Alemanha busca aproveitar as mínimas oportunidades para conter a queda dos lucros dos monopólios. No mesmo sentido, se colocam as pressões dos industriais alemães para regularizar as relações com a Rússia e acelerar a integração no chamado Novo Caminho da Seda impulsionado pelos chineses.
A crise avança na Europa a passos largos, a partir da crise da periferia e na direção do coração do capitalismo europeu, a Alemanha.