1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (4 Votos)

yemenYémen - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A guerra continua em todo o Iêmen. Duas províncias da Arábia Saudita foram envolvidas na guerra, nas regiões fronteiriças, Jazan e Najran, onde várias posições militares foram atacadas. Uma base militar do exército saudita Abu Arradeef, na província de Jazan foi tomada pelos Houthis e as tropas leais a Saleh após ataques com foguetes. Em Taiz, os Houthis ao mesmo tempo aumentaram os combates pelo controle do porto de Aden.


Bombardeio noturno contra Sanaa, no Iêmen. Foto: Ala'a Assamawy (CC BY-NC-ND 2.0)

Guerra total = caos total; a Arábia Saudita no olho do furacão

Os bombardeios da aviação saudita sobre Sanaa, a capital do país, e Aden, o importante porto do sul, continuam desde que começaram em março.

O governo saudita tem promovido ataques por meio da aviação e ainda conta com o apoio aberto do Egito e, por baixo do pano, do imperialismo norte-americano, das demais monarquias da região e dos sionistas israelenses.

Leia também:

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte I)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte II)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte III)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte IV)

No dia 2 de abril deste ano, os Houthis avançaram sobre o estratégico porto de Aden, tomaram o centro da cidade e inclusive o Palácio Presidencial.

O que sobrou do exército iemenita, do presidente Abd Rabboh Mansour Hadi, junto com as milícias que o apoiam, controlam uma parte do centro do país e regiões ocidentais da cidade de Aden.

Os Emirados Árabes Unidos alocaram forças especiais em Aden e os combates continuaram nessa região e em várias outras frentes no país. Os Houthis começaram a atacar vários postos sauditas na fronteira, obrigando, em vários casos, à retirada dos soldados. A cidade saudita de Najran foi atacada com morteiros e foguetes no final de abril, sendo a primeira vez que ataques do gênero aconteceram sobre um centro urbano saudita. Conforme os ataques se tornaram cada vez mais frequentes, no dia 9 de maio, a monarquia saudita ofereceu aos Houthis um cessar-fogo, por uma semana, para abrir negociações mais amplas. O risco de se envolver no combate direto no Iêmen não foi assumido pelos sauditas. E ainda há a política da Administração Obama de impulsionar a frente única com o Irã, o Hizbollah e a Rússia contra o Estado Islâmico.

Qual tem sido o papel da Arábia Saudita na guerra?

Os pesados bombardeios e as armas de alta tecnologia utilizadas conseguiram conter o avanço dos Houthis durante um certo período. Mas as guerras não podem se vencidas desde o ar, como o têm demostrado todas as recentes tentativas nesse sentido, principalmente no Iraque e na Líbia.

Uma vez que os principais alvos foram atingidos, o papel da aviação passa a se reduzir abruptamente. A inserção nas populações urbanas e a guerra, principalmente a guerra de guerrilhas, em regiões montanhosas, relegam a aviação para um papel muito secundário. A disputa passa a acontecer por cada palmo do terreno, numa guerra de atrito, ao mesmo tempo que aumenta o repúdio da população atingida. No Iêmen, os ataques aéreos sauditas fortaleceram a unidade dos Houthis, como ficou evidente em enormes manifestações de repúdio nas ruas, como a que aconteceu no dia 8 de maio.

Leia ainda:

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte V)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte VI)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte VII)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte VIII)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte IX)

A partir da última semana de abril, os sauditas frearam os ataques aéreos e passaram a buscar a saída negociada ao conflito.

Os ataques aéreos sauditas não conseguiram acabar com o avanço dos Houthis, apesar dos danos causados, muitas vezes contra a população civil. A desestabilização da fronteira saudita aumentou.

Os Houthis passaram a adotar o modelo de resistência do Hizbollah, com o objetivo de converter-se na principal força de um governo nacional que envolve várias outras facções, mas onde, ao mesmo tempo, os Houthis representam a principal força. A reação dos sauditas é tentar implodir o avanço dos Houthis, principalmente em Sanaa. Várias tribos que se opõem aos Houthis têm se unido à Al-Qaeda, o que implica no avanço de outra ameaça para os sauditas.

A Arábia Saudita no olho do furacão

O fortalecimento dos Houthis no Iêmen conduz ao enfraquecimento do controle da monarquia saudita nas províncias de Jizan e Najran, o que facilita o apoio do Irã aos Zaidis.

Nos lugares onde os Houthis e as forças leais a Saleh foram forçadas a se retirar, isso promoveu o fortalecimento não somente dos Hadis, mas também da al-Qaeda.

Leia mais:

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte X)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte XI)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte XII)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte XIII)

Síria: o Oriente Médio em chamas (Parte XIV)

Negociações de paz aconteceram na segunda quinzena de junho na cidade de Genebra, na Suíça. Brigas entre as delegações e carros-bomba do Estado Islâmico no Iêmen, Wilayat Sanaa, que deixaram vários mortos em Sanaa, marcaram as conversações que não conseguiram chegar a lugar algum, quando finalizaram no dia 22 de junho.

A guerra continua em todo o Iêmen. Duas províncias da Arábia Saudita foram envolvidas na guerra, nas regiões fronteiriças, Jazan e Najran, onde várias posições militares foram atacadas. Uma base militar do exército saudita Abu Arradeef, na província de Jazan foi tomada pelos Houthis e as tropas leais a Saleh após ataques com foguetes. Em Taiz, os Houthis ao mesmo tempo aumentaram os combates pelo controle do porto de Aden.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.