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moldaviaMoldávia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A manutenção do status quo tem sido o principal instrumento de controle da Moldávia pela Rússia, no sentido de impedir a incorporação do país à União Europeia e, principalmente, à OTAN.


O que mostra a política aplicada pela Rússia há mais de 20 anos na Moldávia (a mesma que é aplicada hoje na Ucrânia)?

No mês de maio, aconteceram dois grandes protestos contra o fraco governo central da Moldávia. Do governo participam o Partido Liberal Democrático e o Partido Democrático. Ambos seguem uma linha pró União Europeia, contam com 23 e 19 parlamentares respectivamente, mas precisam do apoio do Partido Comunista, pró russo, que conta com 21 parlamentares, para obter maioria nas votações. Essa situação se mantém há três legislaturas e impediu a nomeação de um presidente entre 2009 e 2012. A falta de apoio do Partido Comunista e a crise política, que inclui a existência de dois territórios separatistas (Transnístria e Gagaúzia), têm evitado a aprovação da entrada na União Europeia, que requer a aprovação unânime de todos os membros.

As mobilizações têm sido promovidas por setores de direita, encabeçados pelo recentemente criado Plataforma Cívica pela Dignidade e a Verdade, em cima de acusações de corrupção. Também participa a Juventude Moldava que busca a união da Moldávia com a Romênia. O objetivo é evitar que os partidos pró-russos capitalizem o descontentamento, provocado pelo aprofundamento da crise capitalista, e vençam as eleições que acontecerão em junho, aumentando as dificuldades para a inclusão na chamada Parceria Oriental da União Europeia.

Transnístria e Gagaúzia: contra a União Europeia

A Transnístria ocupa uma pequena faixa do território da Moldávia, na fronteira com a Ucrânia, com pouco mais de 4.000 quilômetros quadrados e com uma população russa superior a 30% do total. Uma região altamente industrializada e de importância crítica para o setor de defesa soviético.

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Após o colapso da União Soviética, em 1992, estourou uma guerra entre a Transnístria e a Moldávia. O conflito terminou com a vitória da Transnístria, contando com amplo apoio russo, que passou a usufruir, desde então, de ampla autonomia real. Em 2006, aconteceu um referendo, onde 98% dos eleitores votaram a favor da anexação pela Rússia.

A manutenção do status quo tem sido o principal instrumento de controle da Moldávia pela Rússia, no sentido de impedir a incorporação do país à União Europeia e, principalmente, à OTAN.

Entre 2001 e 2009, a Moldávia foi governada pelo Partido Comunista. Quando caiu, devido ao aumento da pressão do imperialismo, a carta da Transnístria adquiriu uma importância ainda maior para o governo russo, ainda potencializada posteriormente com a crise na Ucrânia.

As relações entre a Transnístria e a Moldávia têm melhorado em termos econômicos, no último período, mas a presença militar e o apoio russo é determinante. O reforço militar tem escalado após a crise na Ucrânia.

A província da Gagaúzia tem status autônomo, conta com apenas 150 mil habitantes (de um total de 3,4 milhões na Moldávia) e é habitada principalmente por membros da comunidade turca. A Gagaúzia ameaçou o governo central da Moldávia com a separação, caso a integração na União Europeia avançar. Após o governo russo ter aplicado sanções contra os produtos moldavos, em retaliação às sanções da União Europeia, a Gagaúzia se aproximou ainda mais da Rússia e ameaçou se separar da Moldávia caso o país "perder a soberania". Num recente referendo, que contou com a participação de 70% dos votantes habilitados, 98,4% escolheram a adesão à União Euroasiática, liderada pela Rússia, e 97,2% votaram contra a entrada na União Europeia.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia cobrindo os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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