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030216 criUnião Europeia - Esquerda Diário - [María Emilia Hidalgo] Suspeita-se que muitos estão sendo explorados sexualmente por redes de tráfico de pessoas.


De acordo com suas previsões mais conservadoras, a Oficina Europeia de Polícia (Europol) estima que ao menos 10.000 crianças refugiadas vem desaparecendo assim que chegam à Europa. Acredita-se que alguns podem ter se reunido com seus familiares sem conhecimento das autoridades, porém teme-se que uma alta porcentagem encontra-se nas mãos de organizações de tráfico de pessoas, segundo os oficiais europeus.

Só ano passado chegaram à Europa cerca de 26.000 menores sem acompanhamento, segundo dados do Save the children, sobre um total de aproximadamente 270.000 crianças refugiadas, 27% do milhão de pessoas que em 2015 atravessaram as fronteiras fugindo da guerra na Síria e de outras zonas de conflito.

De acordo com as investigações da Europol, publicadas pelos diários britânicos The Guardian e The Observer, a metade do total das crianças desaparecidas perde-se na Itália, onde ao menos 5.000 menores não acompanhados encontram-se a mercê de uma "infraestrutura criminal pan-europeia", relativamente nova e enormemente sofisticada que fixou seu objetivo entre os refugiados.

Esta organização criminal teria surgido há 18 meses e teria seus epicentros na Alemanha e Hungria, país este que serve como centro de trânsito desde o qual as redes de tráfico recebem os menores procedentes da Itália - ou da Suécia, onde oficiais do porto de Trelleborg dão por desaparecidos outros milhares de crianças - e as distribuem pelo resto do continente.

Por sua vez, a Agência da ONU para os refugiados (ACNUR), o Fundo de população das Nações Unidas (UNFPA) e a Comissão de mulheres refugiadas (WRC), tem expressado preocupação pelos graves riscos que enfrentam as mulheres e meninas refugiadas que estão em contínuo movimento na Europa.

Desde 15 de Janeiro de 2016, pouco mais dos 55% que chegaram são mulheres e crianças, em comparação com apenas 27% em Junho de 2015.

ACNUR, UNFPA e WRC levaram a fundo uma investigação sobre os riscos enfrentados pelas mulheres e meninas refugiadas na Grécia e Macedônia em novembro de 2015. Segundo o informe realizado, "as mulheres que viajam sozinhas ou as que viajam com crianças, as mulheres grávidas e gestantes, as meninas adolescentes, os meninos não acompanhados, as meninas e meninos casados prematuramente - algumas vezes com bebês recém nascidos -, as pessoas com incapacidades e os adultos mais velhos são os que estão particularmente em risco e requerem uma resposta de proteção coordenada e efetiva”.

Muitas mulheres e meninas refugiadas e imigrantes já vêm sendo expostas a várias formas de violência sexual e de gênero, se em seus países de origem, de primeiro asilo, se são largadas no meio da travessia ou na Europa. Algumas mulheres entrevistadas descreveram terem sido forçadas a fazer sexo transacional para "pagar" por documentos de viagem ou pelo seu trajeto. Algumas mulheres e meninas estão tão desesperadas para não atrapalhar a travessia de suas famílias que não chegam a denunciar os abusos ou a procurar cuidados médicos.

“Muitas mulheres e meninas viajando sozinhas estão completamente expostas, sem apoio de suas famílias ou comunidades que as protejam”, disse Vincent Cochetel, Diretor da ACNUR para Europa. “E, inclusive aqueles viajando com sua família, são frequentemente vulneráveis ao abuso. Algumas mulheres nos têm dito que têm se casado por desespero”.

Enquanto isso, a situação ainda tem se tornado cada vez mais difícil para os refugiados, seja pelos ataques xenófobos cada vez mais frequentes, seja pelo endurecimento das leis de asilo dos governos europeus que incluem desde o confisco de bens até a deportação.


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